sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Popularidade digital na eleição

Popularidade digital: Lula e Bolsonaro crescem nas redes sociais na reta final da eleição
Apesar de disputa acirrada, petista supera presidente em 18 dos 23 dias de campanha de 2º turno

Júlia Barbon, FSP, 25/10/2022

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) crescem nas redes sociais na reta final da campanha de segundo turno. Desde o último sábado (20), os dois rivais têm registrado uma curva ascendente no Índice de Popularidade Digital (IPD). A disputa continua acirrada e indica um resultado próximo entre os dois nas urnas no próximo domingo (30). O petista, porém, segue à frente do presidente: se desempenhou melhor na internet em 18 dos 23 dias que sucederam a primeira votação.
Nesta segunda (24), data da última medição, Lula marcou 84,09 contra 83,34 do rival no indicador, que vai de zero a cem. O número é calculado diariamente pela empresa de pesquisa e consultoria Quaest e publicado pela Folha desde junho.

Ambos vêm numa tendência de alta há pelo menos cinco dias, quando eles marcavam 80,02 e 76,03, respectivamente. O mesmo aconteceu uma semana antes do primeiro turno, momento em que os dois bateram seus recordes em popularidade digital até então.


"Me parece ser o efeito da reta final da campanha. Os candidatos estão mobilizados e os eleitores também", analisa Felipe Nunes, diretor da Quaest e professor de métodos quantitativos da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

Lula saltou de 81,15 para 84,06 de sábado (22) para domingo (23), dia em que o ex-deputado bolsonarista Roberto Jefferson (PTB) foi preso pela Polícia Federal depois de tentar resistir à ordem judicial, disparando mais de 20 tiros de fuzil e lançando duas granadas contra agentes.
Na mesma data, também geraram alto engajamento ao petista uma postagem da artista Maísa, dizendo que "vai de 13" e chamando "primos jovens" a votar, e outra do streamer Casimiro desmentindo montagem compartilhada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Bolsonaro teve uma subida mais leve nesse dia, de 80,17 para 81,86, apesar de ter sido sabatinado sozinho pela TV Record. A emissora chamou Lula para um debate com o adversário naquele domingo, mas ele declinou o convite.

O IPD é publicado mensalmente pela Folha e ajuda a medir a temperatura da corrida eleitoral. Ele é calculado desde 2018 por meio de um algoritmo de inteligência artificial que coleta e processa 152 variáveis dos sites Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, Wikipedia e Google.
São monitoradas seis dimensões: presença digital (perfis ativos), fama (número de seguidores), engajamento (comentários e curtidas por postagem), mobilização (compartilhamentos), valência (proporção de reações positivas e negativas) e interesse (volume de buscas).
A conta inclui também os resultados de eleições passadas, com o acompanhamento de milhares de candidaturas, e é atualizada a cada pleito.

No primeiro turno, o indicador mostrou quadros próximos aos resultados das urnas. Apontou, por exemplo, maior aproximação de Bolsonaro a Lula, assim como Simone Tebet (MDB) à frente de Ciro Gomes (PDT).

A correlação entre o desempenho dos candidatos nas redes sociais e nas urnas chegou a 99% na disputa presidencial. Também ficou acima de 82% em seis das sete disputas estaduais analisadas, como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, exceto no Rio Grande do Sul.
O IPD foi criado para fazer esse tipo de prognóstico, diferentemente das pesquisas de intenção de voto realizadas por institutos tradicionais como Datafolha e Ipec —que não têm como objetivo antever o resultado do pleito, mas medir como o eleitor pretende agir no momento das entrevistas.

 

Popularidade digital: ranking indica virada nos governos de 4 estados; veja evolução
Índice aponta que Rio Grande do Sul, Pernambuco, Paraíba e Espírito Santo devem eleger candidatos que ficaram atrás no 1º turno 

Júlia Barbon, FSP, 27/10/2022

Ao menos 4 dos 12 estados que terão segundo turno podem sofrer viradas nas disputas para governador, aponta o Índice de Popularidade Digital (IPD), que mede o desempenho dos candidatos nas redes sociais. Políticos que ficaram em segundo lugar na votação de 2 de outubro agora lideram, na reta final, os rankings de performance na internet no Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Sul, o que indica possibilidade de vitória.

O índice, calculado diariamente pela empresa Quaest e publicado pela Folha desde junho, foi criado para fazer esse tipo de previsão — diferentemente das pesquisas de intenção de voto realizadas por institutos como Datafolha e Ipec, que estimam como o eleitor pretende agir apenas no momento das entrevistas.
No primeiro turno, o indicador apresentou forte correlação com os resultados das urnas. A relação chegou a 99% na disputa presidencial e ficou acima de 82% em seis das sete eleições estaduais analisadas, com maior erro no Rio Grande do Sul.


Agora, os rankings de segundo turno mostram Carlos Manato (PL) à frente no Espírito Santo, após descolar do líder Renato Casagrande (PSB) em meados de outubro. Na Paraíba, Pedro Cunha Lima (PSDB) superou João Azevêdo (PSB) o mês todo, apesar de ter perdido nas urnas.

Em Pernambuco, a disputa nas redes sociais segue mais acirrada, com Raquel Lyra (PSDB) e Marília Arraes (Solidariedade), que venceu na primeira votação, se alternando no primeiro lugar. A tucana, porém, cresceu e registrou o melhor índice na última medição, na segunda-feira (24).

No Rio Grande do Sul, os resultados são ainda mais próximos, tornando a competição mais imprevisível. O bolsonarista Onyx Lorenzoni (PL) liderou à distância desde o primeiro turno, mas foi ultrapassado nesta segunda pelo ex-governador Eduardo Leite (PSDB), ficando os dois agora colados.
Já em outros seis estados que vão decidir seus governantes no próximo domingo (30), os mais votados no primeiro turno são também os mais populares na internet. A análise não incluiu Rondônia e Sergipe, onde os dados foram insuficientes.

Consolidaram suas vantagens sobre os adversários durante todo o mês Paulo Dantas (MDB), em Alagoas; Jerônimo Rodrigues (PT), na Bahia; Capitão Contar (PRTB), em Mato Grosso do Sul; Jorginho Mello (PL), em Santa Catarina; e Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo.


O Amazonas foi o único desses locais que teve alternância na liderança no período. Wilson Lima (União Brasil), que recebeu mais que o dobro de votos de Eduardo Braga (MDB) no primeiro turno, chegou a ser ultrapassado pelo rival em dois períodos no IPD, mas ainda lidera.

O histórico das eleições para governador aponta que 19 das 85 das disputas que foram para segundo turno desde 1998 tiveram viradas (22%). Na corrida presidencial, isso nunca ocorreu.
Apenas 7 dos que venceram na primeira votação e perderam na segunda haviam recebido mais de 45% dos votos no primeiro turno. Desses, só 2 tinham adversários que registraram menos que 45% dos votos no primeiro turno.

O Índice de Popularidade Digital vai de 0 a 100 e é calculado desde 2018 pela Quaest, por meio de um algoritmo de inteligência artificial que coleta e processa 152 variáveis dos sites Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, Wikipedia e Google.

São monitoradas seis dimensões: presença digital (perfis ativos), fama (número de seguidores), engajamento (comentários e curtidas), mobilização (compartilhamentos), valência (proporção de reações positivas e negativas) e interesse (volume de buscas).

O peso que cada dimensão terá na conta é determinado por um modelo assimilado pela máquina a partir dos resultados reais de eleições anteriores, com milhares de candidaturas monitoradas pela empresa.
 

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