Análise de Felipe Nunes
1/ A onze dias da eleição, pesquisa Genial/Quaest mostra que a distância entre Lula e Bolsonaro sai de 8 para 5 pontos percentuais. Lula aparece com 47% das intenções de voto totais (entre 45% e 49%), enquanto Bolsonaro tem 42% dos votos totais (entre 40% e 44%).
2/ Quando esses dados são ponderados em relação ao grupo de eleitores com maior probabilidade de comparecer no dia da votação (likely voter model), Lula aparece com 52.8% dos votos válidos contra 47.2% de Bolsonaro.
3/ Todas as variações apontadas aqui são oscilações dentro da margem de erro, mas há padrões que ficam mais claros. Por exemplo, Bolsonaro começa a aparecer com vantagem fora da margem de erro no Sudeste. No Sul, ele leva boa vantagem, mas perde por 40 pts no Nordeste.
4/ Entre os homens, os dois candidatos empatam. Entre as mulheres, a vantagem de Lula é de 9 pts, mas já foi 14 pts.
5/ A polarização social se cristaliza neste 2º turno. Lula tem vantagem de 20 pts entre quem tem renda mais baixa, enquanto Bolsonaro tem vantagem de 9 pts entre quem tem renda mais alta. Eles empatam na renda familiar média.
6/ Embora Lula esteja à frente de Bolsonaro em intenções de voto, nos indicadores de sentimento, imagem e avaliação, Bolsonaro começa a se mostrar muito competitivo.
7/ Por exemplo, 52% acham que Lula merece uma segunda chance; 49% acham que Bolsonaro merece uma segunda chance. Diferença de apenas 3 pts.
8/ Quando o assunto é medo, temos pela primeira vez na série histórica, um empate entre quem tem medo da continuidade do Bolsonaro e quem tem medo da volta do PT ao governo. Esse empate numérico mostra a força do movimento de retomada da agenda anti-petista nos últimos dias.
9/ Vejam a clara diferença de motivação de voto entre eleitores dos dois candidatos. O que mobiliza um grupo não é o que mobiliza o outro. Entre eleitores do Lula, 41% votam para tirar Bolsonaro do governo. Entre eleitores do Bolsonaro, 48% votam para não deixar o PT voltar.
10/ A aceitação do presidente também melhorou. É a primeira vez que vemos as rejeições de Bolsonaro e Lula se encontrando na margem de erro: 46% rejeitam Bolsonaro e 43% rejeitam Lula.
11/ A avaliação positiva de Bolsonaro chegou a 36%, contra 39% de avaliação negativa. Desde o começo do segundo turno, os percentuais de positivo e negativo estão muito próximos, diferentemente do que aconteceu ao longo dos últimos 2 anos.
12/ Para termos uma referência comparativa, FHC foi reeleito no primeiro turno, tinha uma avaliação negativa de 17%; Lula e Dilma venceram no segundo turno, tinham 15% e 23% de avaliação negativa. Bolsonaro continua sendo quem tem a maior rejeição.
13/ Nas próximas duas pesquisas, temos que acompanhar o indicador que mede o clima da opinião pública. Lula é favorito para vencer a eleição. Ou seja, a expectativa pública é de uma vitória dele. Uma mudança neste indicador, vai significar uma virada a vista.
14/ O levantamento ouviu 2.000 pessoas em 120 municípios das cinco regiões do País entre os dias 16 e 18/out. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o nível de confiabilidade de 95%. Pesquisa registrada BR-04387/22.
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