Enterro do ‘índio do buraco’, que viveu isolado por duas décadas, se transforma em impasse
Por Leonencio Nossa, O Estado, 25/10/2022
Morto há dois meses, indígena ainda não foi enterrado. Funai e Polícia Federal não fornecem previsões
Há dois meses, o corpo do indígena que viveu mais de duas décadas isolado na mata do Sul de Rondônia, permanece insepulto. A Funai e a Polícia Federal não informam quando vão enterrar os restos mortais do “Índio do Buraco”, um homem de idade, língua e costumes desconhecidos, último sobrevivente de um grupo étnico envenenado e fuzilado por grileiros e madeireiros.
A saga do corpo do indígena começou a 23 de agosto, quando a equipe da Frente de Proteção Etnoambiental mantida pela Funai em Guaporé o encontrou morto numa rede, ornado de penas de araras, como se tivesse se preparado para a morte, dentro de uma maloca. Levado para Vilhena, cidade a 50 quilômetros, o corpo foi transportado em seguida num avião da FAB para Brasília. Na capital federal, passou por exames no Instituto de Criminalística. Um mês depois, retornou a Rondônia. Agora, está na sede da Polícia Federal.
Em meio à demora das autoridades em dar resposta sobre o sepultamento, a terra onde o isolado resistia, sem aceitar contatos com órgãos oficiais, entidades civis ou mesmo xamãs de aldeias vizinhas, voltou a despertar a cobiça externa. Em 1998, um dos últimos trechos de floresta nas margens do Rio Tanaru foi reservado pela União exclusivamente para a sobrevivência dele.
O governo classificou o Território Tanaru, de 8.070 hectares, equivalente a oito mil campos de futebol, como área de restrição de uso, isto é, para estudos e demarcação e homologação. De lá para cá, o lugar tornou-se um oásis numa região de desmatamento e expansão econômica, mesmo com clareiras abertas no passado por ruralistas.
Indigenistas, antropólogos e procuradores se mobilizam para garantir que o corpo possa ser enterrado na terra em que o indígena vivia e onde seus ancestrais foram mortos. Seria um passo decisivo para garantir a proteção do lugar. É o primeiro caso de território em processo de demarcação em que morreram todos os indígenas que nele habitavam. O prazo de restrição de uso expira em 2025.
“O Estado Brasileiro deve ter o cuidado com a memória desse indígena que resistiu aos seus algozes”, afirma Bruno Biagio, que chefiou o Coordenação de Índios Isolados e Recente Contato da Funai. Ele observa que, desde os anos 1980, quando foi implantada a política de proteção dos isolados, o País avançava na garantia de direitos. Mas, nos últimos anos, a situação ficou “grave” – três indigenistas foram mortos.
Biagio refere-se a Maxwell Pereira, assassinado à queima roupa em Tabatinga (AM), em 2019, Rieli Franciscato, flechado por um isolado que estava sob pressão de grileiros em Seringueiras (RO), em 2020, e Bruno Pereira, emboscado por pescadores ilegais, em Atalaia (AM), neste ano. “Os isolados não identificam quem está na defesa deles.”
Veneno
Na área de floresta cercada de pastagens e grandes plantações, o “Índio do Buraco”, de idade estimada de 60 anos quando morreu, construiu exatos 53 tapiris –malocas cobertas de palha – nos últimos 26 anos, sempre fugindo de madeireiros e grileiros. Ele mudava sempre de lugar dentro do território para não ser morto, numa vida de guerrilha. Assim, construía tapiris com uma entrada. Dentro, abria um buraco em forma ovalada, de meio metro de largura, um de comprimento e até três de profundidade.
Em 1995, os indigenistas Marcelo Santos e Altair José Algayer estiveram pela primeira vez frente a frente com o “Índio do Buraco”. Foram recepcionados com uma flechada, que quase acertou o documentarista Vincent Carelli. No tempo mais antigo, os integrantes desse povo eram conhecidos como exímios guerreiros. “Quem entrava na terra deles não saía”, conta Marcelo. Com o tempo, os indígenas passaram a acreditar no pessoal das fazendas e manter relação pacífica. A aproximação foi fatal.
Depoimentos coletados por Marcelo indicam que esse grupo sofreu dois massacres. No primeiro, nos anos 1980, os indígenas trocaram produtos de suas roças por açúcar com pistoleiros de uma fazenda. Os homens puseram veneno no açúcar e mataram parte da aldeia. Na década seguinte, um fazendeiro mandou atacar a tiros os sobreviventes, incendiar as casas restantes e passar o trator. Foi quando Marcelo encontrou seis buracos de antigas residências.
Assim, restou apenas um indígena no Tanaru. “Não conheço outro grupo que fazia buracos dentro de casas. Tem significado místico e religioso”, relata o indigenista. “Também faziam covas em trilhas, mas como armadilha de queixadas”, ressalta. “Eu era chamado de mentiroso, diziam que eu plantava índios, que não existiam aldeias.”
Durante anos, a indigenista Ivaneide Bandeira atuou no monitoramento da área onde o “Índio do Buraco” vivia. Participava de expedições para evitar invasões. “Ele nunca quis ser contatado por ninguém”, relata. “Vivia fugindo, estava cercado por grandes fazendas”, relata. Ivaneide reclama da demora em sepultar o corpo. “A Funai não deixa sepultar. Para mim, é assustador. Não consigo entender. Ele enfrentou todo o massacre de seu povo, resiste, morre e agora a Funai não deixa descansar. É desumano.”
Há 40 anos no trabalho de defesa de comunidades indígenas, ela avalia que a cobiça pelo território está por trás da demora no sepultamento. Ivaneide defende a criação de uma reserva florestal e o sepultamento do indígena na área. “Enterrá-lo lá é impedir a grilagem”, avalia. “Não se pode negar a ele ser enterrado em sua terra.”
É a história de um corpo que, mesmo morto, impede a destruição da floresta. Ivaneide questiona o motivo de os restos mortais terem sido levados para Brasília já que própria Funai descartou assassinato. “Ao que tudo indica a morte do indígena se deu por causas naturais”, destacou nota da entidade. O informativo de 27 de agosto relatou que sua equipe encontrou o corpo dele numa rede. “Não havia vestígios da presença de pessoas no local”, destacou. “Também não havia sinais de violência ou luta.”
O delegado Marcelo Xavier, que recebeu do presidente Jair Bolsonaro a missão de implantar uma política anti-indígena na Funai, chegou a desmarcar o enterro do “Índio do Buraco”. Na semana passada, o Jornal Nacional informou que a inumação estava prevista para o dia 14. Procurada pelo Estadão, a assessoria dele limitou-se a informar que “aguarda os laudos para definir os melhores procedimentos quanto ao sepultamento”. A reportagem ainda pediu um esclarecimento sobre o motivo do envio do corpo para Brasília, as condições em que está e o processo do território indígena. Por sua vez, a PF não se pronunciou.
O indigenista Altair José Algayer foi quem encontrou o corpo do “Índio do Buraco” numa inspeção. Ele observa que jamais se saberá a origem, a língua e os costumes do homem do Tanaru e seria evasivo tentar elucidar o que pensava sobre a sociedade da qual fugia. Ainda assim, observa que, no final, mesmo precisando de ajuda, não quis fazer contato. “Foi algo muito ruim que ocorreu com ele e seu povo para ter resistência de lutar mesmo sozinho, por anos.”
Procuradoria pede que Justiça obrigue Funai a enterrar corpo de 'índio do buraco' em 24h
Presidente do órgão barrou sepultamento horas antes do horário previsto para a cerimônia
Vinicius Sassine, FSP, 26/10/2022
O MPF (Ministério Público Federal) apresentou uma ação na Justiça Federal para obrigar a Funai (Fundação Nacional do Índio) a enterrar o corpo do "índio Tanaru" –ou "índio do buraco", como era mais conhecido– no mesmo local onde ele viveu e morreu, num prazo de 24 horas a partir de eventual sentença. A ação civil pública foi protocolada na Justiça em Rondônia no começo da tarde de terça-feira (25). Segundo o MPF, a Funai já foi intimada a se manifestar num prazo de 48 horas.
O órgão não respondeu aos questionamentos da reportagem.
A Folha mostrou na sexta (21) que o presidente da Funai, Marcelo Augusto Xavier da Silva, barrou o sepultamento do "índio Tanaru" mesmo com todas as coletas de material já feitas e com todos os exames já concluídos pela Polícia Federal.
O ofício de Xavier à PF em Vilhena (RO), que fica a 160 km de Corumbiara (RO), o município mais próximo dos acessos à terra indígena onde "Tanaru" vivia, foi enviado horas antes do momento planejado para o sepultamento.
O ofício foi assinado às 20h03 do último dia 13. O enterro estava previsto para o dia 14.
O "índio do buraco" era um indígena isolado, que vivia na terra indígena Tanaru, no sul de Rondônia. Ele optou pelo isolamento após seus familiares serem mortos por madeireiros na década de 1990. Segundo a Funai, o grupo tinha seis pessoas e existiu até 1995. O órgão passou a monitorá-lo, e a respeitar seu modo de vida, a partir de 1996.
O presidente da Funai decidiu contrariar os profissionais envolvidos no tratamento dado ao "índio Tanaru" após a morte e segurou o sepultamento do indígena, que deu mostras do lugar e da forma como gostaria de ser sepultado, conforme indícios deixados por ele no momento do óbito.
O corpo foi encontrado em 23 de agosto. Depois dos exames feitos por peritos da PF, o enterro estava previsto para o último dia 14, no mesmo lugar onde foi encontrado na terra indígena. Horas antes, na noite do dia 13, o presidente da Funai interveio e barrou o sepultamento.
O acerto com a Funai era que o enterro ocorreria no mesmo lugar onde o corpo foi encontrado. Esse acerto existiu até a véspera do enterro. O ofício de Xavier não especifica onde ocorrerá o enterro. A suspeita de indigenistas é que, com o gesto, o presidente da Funai busca atender a interesses de fazendeiros que circundam a área protegida onde vivia o indígena.
A terra indígena não é demarcada. Por haver incidência de um isolado, o território conta com uma restrição de uso, definida em portaria da própria Funai. Ela vigora até 2025.
Segundo o MPF, quando o corpo foi encontrado, a morte já havia ocorrido de 30 a 40 dias atrás. Assim, o óbito ocorreu em julho e, até agora, mais de três meses depois, não houve o sepultamento.
A Procuradoria afirma na ação que "Tanaru" é a última vítima de um "genocídio nunca apurado"
Quando o corpo foi encontrado, estava com um ‘chapéu’ na cabeça e plumagens de penas de arara na nuca, "fatos que indicam consciência e preparativos para a morte ou pós-morte".
"Todos os seus pertences permaneciam nos seus devidos lugares, com seu arco e flechas escorados ao lado da rede", dizem os procuradores.
A PF descartou que tenha ocorrido morte violenta.
Na ação civil pública, o MPF cita ofícios da PF que afirmam que todos os exames de perícia já haviam sido concluídos, após os restos mortais terem sido levados para o Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília. Esses restos voltaram a Rondônia e já estava tudo certo para o sepultamento, quando o presidente da Funai interveio. A ação cita a reportagem da Folha e a resposta dada pela Funai aos questionamentos da reportagem.
"A Funai aguarda os laudos para definir os melhores procedimentos quanto ao sepultamento do indígena Tanaru", disse o órgão em nota na ocasião.
"A ausência de sepultamento de Tanaru, tendo sido levado seu corpo há quase dois meses, tempo mais do que o necessário para a realização de todos os exames necessários, fatos confirmados pela própria PF, com as coletas das amostras necessárias, configura nítido desrespeito à sua memória e à sua história", diz a ação do MPF.
"A inexistência de destinação adequada e digna ao corpo de Tanaru também está provocando grande comoção na comunidade indígena e repercussão no Brasil", completa.
Na ação, os procuradores pedem que o indígena seja sepultado na mesma palhoça onde seu corpo foi encontrado, por haver indícios suficientes de que era ali que ele queria ser enterrado.
"Há profundo temor de que o local seja invadido por madeireiros e fazendeiros da região, o que pode inviabilizar o enterro no seu território, que em vida defendeu e se recusou a deixar", afirmam os procuradores.
Conflito entre desmate e preservação manteve um índio morto na geladeira da Funai
Sepultamento de índio que vivia isolado em território de Rondônia se transformou em disputa local. Justiça determinou enterro em local da morte
Fernando Reinach, O Estado, 05/11/2022
Esta coluna foi escrita antes da confirmação do sepultamento, que ocorreu nesta sexta-feira, 4
Existe um índio morto nas geladeiras da Funai desde 23 de agosto. Eu soube desse índio em 2010, quando li sua história num livro do jornalista Monte Reel, na época o correspondente do Washington Post no Brasil. Quando foi descoberto em 1996, vagando pela floresta, já era o último sobrevivente de sua tribo. O restante foi morto antes que sua existência tivesse sido notada pela Funai. É por isso que a tribo e o índio não têm nome.
Todas as tentativas de comunicação fracassaram. Ele não compreendia nenhuma das línguas faladas na região e recusava qualquer contato com os indigenistas da Funai. Quem se aproximava era recebido a flechadas. Seus hábitos eram distintos de todas as outras tribos, principalmente o de cavar buracos nos locais em que acampava.
Imagens de índio isolado na Amazônia. "Índio do buraco" é o último sobrevivente de sua etnia. Índio da Terra Indígena Tanaru vive isolado há pelo menos 22 anos.
Vivia nas florestas do município de Curumbiara, em Rondônia. O livro conta como um grupo de indigenistas e ativistas se mobilizou para demarcar o território onde esse índio pudesse viver sem risco de ser morto. Apesar da resistência de parte da população local, e como a constituição brasileira garante a demarcação de reservas indígenas para os povos nativos, o grupo conseguiu delimitar uma área de 8.070 hectares para o índio viver. Em 1998, a Terra Indígena de Tanaru foi classificada como sujeita a “restrição de uso”.
Desde 1998 a Funai visita a área, onde já identificou mais de 50 acampamentos construídos pelo índio solitário. Em uma ou duas oportunidades foi possível fotografar e filmar o índio, mas ele sempre se mostrou agressivo e nunca foi possível estabelecer contato. Após ter presenciado a morte de todo seu povo, por 26 anos ele se tornou o homem mais solitário do mundo.
Em 23 de agosto de 2022, funcionários da Funai encontraram o índio morto. Ele deitou na sua rede e se cobriu com penas de aves. Provavelmente sabia que ia morrer. Não havia sinais de violência e uma necropsia confirmou esse fato. Se houvesse outros membros da sua tribo, ele teria sido enterrado na própria aldeia após os rituais fúnebres. Mas seu corpo permaneceu na rede por quase dois meses até ser encontrado.
Nesses últimos 26 anos grande parte da floresta da região foi cortada e queimada. Hoje a Terra Indígena de Tanaru é uma das poucas áreas preservadas. E como sempre na Amazônia, onde existe floresta, existem interesses opostos: os que querem preservar e os que querem derrubar. São essas duas forças que mantêm o índio na geladeira.
As pessoas que querem extinguir a reserva argumentam que, sem índios, ela perde sentido, deve ser extinta e a área entregue à agricultura e à pecuária. Os que querem preservar argumentam que a reserva deve continuar a existir, preservando a memória desse povo desconhecido.
Para os que defendem os direitos indígenas, se o índio for enterrado na reserva ela fica caracterizada como uma área ocupada por um povo ancestral e portanto tem mais chances de ser protegida. A tribo viveu na região por um longo tempo, mas não existem outros restos dessa cultura que demonstrem esse fato. O túmulo seria uma evidência importante. As pessoas que desejam ocupar e desmatar a área querem evitar que o túmulo desse único índio caracterize a reserva como terra indígena. Para eles, o índio deveria ser enterrado em um cemitério local.
Mas por debaixo dessa disputa existe uma outra muito mais importante: que destino deve ser dado a reservas indígenas em que não existem mais índios. Dado o desmatamento descontrolado que impera na Amazônia, me parece que qualquer área já protegida deve ser preservada de forma permanente. E existe um outro argumento importante. Se a ausência de população indígena puder ser utilizada para justificar a extinção de reservas, isso pode levar posseiros a exterminar populações indígenas com o intuito de descaracterizar as reservas e, em seguida, pedir sua revogação.
O destino do índio que aguarda na geladeira é simbólico: ele vai indicar em que direção o Brasil quer caminhar. Na última quinta-feira (3 de novembro) um juiz decidiu que o índio deve sair da geladeira e ser enterrado no local em que seu cadáver foi encontrado. Resta ver se a Funai vai cumprir a ordem.
MAIS INFORMAÇÕES: MONTE REEL: THE LAST OF THE TRIBE: THE EPIC QUEST TO SAVE A LONE MAN IN THE AMAZON. SCRIBNER (USA) 2010
Fernando Reinach
Biólogo, PHD em Biologia Celular e Molecular pela Cornell University e autor de "A Chegada do Novo Coronavírus no Brasil"; "Folha de Lótus, Escorregador de Mosquito"; e "A Longa Marcha dos Grilos Canibais"
‘Índio do buraco’ é sepultado em sua terra, em Rondônia, após 74 dias
Por Redação, 04/11/2022, O Estado
O sepultamento atendeu a uma determinação da Justiça Federal em Vilhena. A saga do corpo do indígena se desenrolava desde 23 de agosto
Após ficar 74 dias sob a guarda da Fundação Nacional do Índio (Funai), o último sobrevivente da terra indígena Tanaru foi sepultado nesta sexta-feira, 4, no mesmo local onde foi encontrado morto. De acordo com informações da TV Globo, os ritos fúnebres foram feitos por indígenas da região na última área em que viveu o chamado “índio do buraco”.
O sepultamento atendeu a uma determinação da Justiça Federal em Vilhena (RO), após pedido urgente do Ministério Público Federal (MPF). Na ação de número 1002480-07.2022.4.01.4103, o MPF argumentou que a demora no sepultamento desrespeitava a dignidade e a memória do indígena, de seu povo, das tribos de Rondônia e do Brasil e dos servidores da Funai que o salvaram do extermínio e atuaram por décadas na sua proteção. A Funai alegou não ter obrigação legal de sepultar o indígena, mas esse argumento não foi aceito.
A saga do corpo do indígena começou a 23 de agosto, quando a equipe da Frente de Proteção Etnoambiental mantida pela Funai em Guaporé o encontrou morto numa rede, ornado de penas de araras, como se tivesse se preparado para a morte, dentro de uma maloca. Levado para Vilhena, cidade a 50 quilômetros, o corpo foi transportado em seguida num avião da FAB para Brasília.
Na capital federal, passou por exames no Instituto de Criminalística. Um mês depois, retornou a Rondônia, indo para a sede da Polícia Federal.
Há 26 anos, o indígena era monitorado pela Funai, que registrou as habitações de palha ocupadas por ele durante esse tempo. Foram 53. Todas seguiam o mesmo padrão arquitetônico: uma única porta de entrada e saída e um buraco cavado no interior da casa.
Há quatro anos, a fundação divulgou imagens do índio isolado. Na época, informou que em algum momento na década de 1980 a colonização desordenada, a instalação de fazendas e a exploração ilegal de madeira em Rondônia provocaram sucessivos ataques aos povos indígenas isolados, em um constante processo de expulsão de suas terras e de morte.
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