(...) Ainda que influenciada por Mulvey (A experiência no cinema, Graal, 1983) Modleski critica seu caráter monolítico. Mas, ao longo dos nove capítulos de The women who knew too much, Routledge, 3ª edition, 2016, incorre no mesmo esquematismo. Sua análise, porém, além de mais extensa, profunda e específica do cinema de Hitchcock, tenta desfazer alguns truísmos sobre o caráter irredutivelmente masoquista das mulheres (na tela e na plateia) e a misoginia do cineasta. Para ela, Hitchcock não é nem totalmente filógino nem totalmente misógino, mas as duas coisas: logo, ambivalente - e até por isso, um dos cineastas mais complexos de todos os tempos. (Sérgio Augusto, Hitchcock e as mulheres que sofriam demais. In Vai começar a sessão, ensaios sobre cinema, pp. 255-258, Objetiva, 2019)
NB1: o link inserido no texto copiado é de autoria deste que vos fala.
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