sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Festival de Gramado 22

Com 14 produções, 50ª edição do Festival de Gramado abre nesta sexta-feira

Em formato híbrido, programação traz sete filmes brasileiros, entre eles ‘A Mãe’, de Cristiano Burlan, e outros sete latinos

Luiz Carlos Merten, Especial para o Estadão , 12 de agosto de 2022 

Quando Marcélia Cartaxo e o diretor Cristiano Burlan subirem ao palco do Cine Embaixador, o Palácio dos Festivais de Gramado, para a apresentação de A Mãe, será difícil segurar a emoção. Nesta sexta, 12, estará começando o 50.º Festival de Gramado.  

Festival de Gramado começa nesta sexta-feira, 12.  Foto: Hélvio Romero/AE/Arquivo - 10/12/2008

Em 1972, o primeiro festival surgiu na sequência de uma pioneira Semana de Cinema Brasileiro. Consagrou Arnaldo Jabor e Darlene Glória por Toda Nudez Será Castigada. Na serra gaúcha ecoou o nuevo tango de Astor Piazzolla. Naquele tempo, o festival ocorria no começo do ano, com as hortênsias em flor. Gramado - o festival - veio para o inverno. Começa com um filme especial. 

Mães que procuram os filhos desaparecidos. Burlan perdeu a mãe e o irmão, vítimas da violência. Transformou a dor em grande cinema. Na sequência de A Mãe, virão a premiação da atriz gaúcha Araci Esteves - a Anahy de las Misiones - com o troféu Cidade de Gramado e o primeiro concorrente latino, o peruano La Pampa, de Dorian Fernández-Moris. 

Depois de dois anos online, o festival retorna híbrido. Às 20h, o Canal Brasil vai transmitir Ademã - A Vida e as Notas de Ibrahim Sued, de Isabel Perrin e Paulo Henrique Fontenelle. Haverá sempre sessões nesse horário.  

A Porta ao Lado | Teaser oficial 

Sete

Em sua 50.ª edição, um marco de longevidade, o festival apresenta sete filmes na competição brasileira. Além de A Mãe, A Porta ao Lado, de Júlia Rezende, Marte Um, de Gabriel Martins, Noites Alienígenas, de Sérgio de Carvalho, O Clube dos Anjos, de Angelo Defanti, O Pastor e o Guerrilheiro, de José Eduardo Belmonte, e Tinnitus, de Gregório Graziozi. 

No começo dos anos 1990, no governo Collor, o desmantelamento das estruturas de produção e distribuição levou o festival a se abrir para a produção latina, para continuar sobrevivendo. Com o tempo, as competições brasileira e latina passaram a coexistir. 

A mostra estrangeira deste ano também terá sete longas. Será ibero-americana. Além de La Pampa, concorrerão aos troféus Kikito - 9, de Martin Barrenechea e Nicolás Branca, Cuando Oscurece, de Néstor Mazzini (ambos coproduções argentino-uruguaias), El Camino del Sol, de Claudia Sainte-Luce, do México, Imersión, de Nicolas Postiglione, coprodução chileno-mexicana, La Boda de Rosa, de Iciar Bolain, da Espanha, e O Último Animal, de Leonel Vieira, coprodução entre Portugal e Brasil. O festival prestará homenagens a Marcos Palmeira, que receberá o Troféu Oscarito. Só para lembrar, ele já venceu o Kikito de melhor coadjuvante em 1988, por Dedé Mamata, de Rodolfo Brandão. 

LA BODA DE ROSA. Tráiler oficial  


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