quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Angelim-vermelho: 85,44 metros, 500 anos, um monumento vegetal

Segunda maior árvore da Amazônia está ameaçada por garimpos ilegais, dizem pesquisadores

Angelim-vermelho tem 85,44 metros de altura e idade estimada em cerca de 500 anos

Pâmela Dias*, O Globo, 28/10/2021 

A terceira expedição de um projeto que mapeia as árvores gigantes na Amazônia chegou no fim de setembro à segunda maior delas já registrada. O angelim-vermelho tem 85,44 metros de altura e idade estimada em cerca de 500 anos. Pesquisadores acreditam que a gigante está ameaçada por dois garimpos ilegais, a cerca de três quilômetros de distância.

Expedição do INPE descobre a segunda maior árvore da floresta amazônica Foto: Divulgação/INPE

A árvore está nos limites da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru, no Amapá. Apesar disso, e de ainda não estar em risco de extinção, os angelins são conhecidos pelo seu potencial madeireiro, o que também atrai a cobiça de garimpeiros.

— Para chegarmos à gigante, passamos por garimpos, inclusive dentro da reserva. Se a exploração ilegal avançar, vai ameaçar essa árvore e toda a biodiversidade do entorno — avisa o coordenador do projeto Árvores Gigantes e professor do Instituto Federal do Amapá Diego Armando.

Depois de 5 dias de caminhada pelas matas expedição de cientistas alcançou no Amapá o angelim - vermelho de 85 metros e cinco séculos estimados que é apontado como a segunda maior árvore da Amazônia. Pesquisadores constataram a presença de garimpo ilegal a 3 km desse monumento vegetal

Cinco dias na floresta

A expedição começou em 24 de setembro, na região do Rio Cupixi, e durou cinco dias. O projeto mapeou o angelim-vermelho a partir de uma projeção de pesquisadores da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Antes dele, as maiores árvores registradas no Amapá tinham entre 66 e 79 metros, uma delas outro angelim-vermelho. A média de altura das árvores da Amazônia fica entre 40 e 50 metros.

O grupo já identificou três árvores com alturas acima de 80 metros no Amapá e outras quatro no Pará.

Pesquisadores medem o perímetro da angelim - vermelho; árvores teria grande capacidade de absorver gás carbônico

A maior árvore da Amazônia tem 88 metros e foi identificada em 2019, na divisa entre o Amapá e o Pará. Mas nenhum pesquisador conseguiu chegar até essa gigante, pela dificuldade de locomoção em terra.

Novos estudos serão feitos para descobrir por que o angelim-vermelho prevalece na região e como se desenvolve. Segundo Diego, os angelins crescem entre os vales, o que impede a ação do vento e favorece o crescimento em busca da luz do sol para a fotossíntese. Além disso, é provável que a espécie tenha maior capacidade de absorção de gás carbônico, pois 50% de sua massa é composta de CO2.

— Temos uma próxima expedição em novembro e estamos tentando captar recursos do CNPq e órgãos estaduais — explica Diego.

* Estagiária sob a supervisão de Carla Rocha


Maior que o cristo redentor: conheça o Angelim Vermelho, a árvore mais alta da Amazônia

O angelim vermelho é dono do recorde de árvore mais alta da Amazônia. O mundial é uma sequoia-vermelha dos Estados Unidos, de 115,7 metros (38 andares). O tropical é uma shorea faguetiana de 100,8 metros, na Malásia.

REDAÇÃO - JORNALISMO@PORTALAMAZONIA.COM, 21/09/2021 

Pesquisadores de diferentes países, identificaram a árvore mais alta da Amazônia: o angelim vermelho (Dinizia excelsa). A árvore tem 88 metros de altura – algo equivalente a um prédio de 24 andares. Sua altura é um recorde para a Amazônia brasileira, que ainda não tinha registrado nenhuma árvore com mais de 70 metros de altura. Na mesma área do gigante, pesquisadores encontraram outros exemplares de angelim com mais de 80 metros.

Foto: Reprodução/Museu da Amazônia

Durante 2016 e 2018, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) capturou imagens de vastas extensões da floresta amazônica com tecnologia radar laser" que faz sensoriamento remoto. Foram rastreadas 850 áreas, cada uma com 12 quilômetros de comprimento e 300 metros de largura. Em sete, os cientistas identificaram árvores que superavam os 80 metros. Seis dessas coleções, estavam localizada na região do rio Jari, afluente do rio Amazonas, entre os estados do Amapá e Pará, numa zona remota de difícil acesso.

Em termos de comparação, a Estátua da Liberdade, em Nova York, tem 93 metros de altura, incluindo a base. O Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, mede 38 metros da base até o topo da cabeça. Isto é, a árvore encontrada na Amazônia é um pouco menor que o principal símbolo de NY e bem maior que a estátua mais famosa do Brasil. (...)


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