terça-feira, 3 de maio de 2022

Pílulas 2

 Lili Marlene

Assisti, recentemente, ao filme Lili Marlene de Rainer W. Fassbinder. A sinopse e detalhes sobre: Alemanha, 1938. A cantora Willie (Hanna Schygulla) torna-se uma estrela nacional ao gravar a música "Lili Marlene", que se torna uma espécie de hino dos soldados nazistas. Admirada até por Hitler, Willie esconde um segredo: seu grande amor, o compositor Robert (Giancarlo Giannini), é judeu.

Lili Marlene, Lili Marleen, 1981, Rainer Werner Fassbinder

Baseado na autobiografia de Lale Andersen, a verdadeira Lili Marlene, o filme tem as características centrais das mulheres retratadas por Fassbinder em Maria Braun, Lola e Veronika Voss e traz uma grande mudança estética, vinda com a entrada de Xaver Schwarzenberger para o time do diretor, realizando a direção de fotografia com suas características principais: pontos de luz que cintilam, forte contraste de cores, diversidade emocional para as paletas predominantes — padrão oposto à diversidade dramática de Michael Ballhaus, o fotógrafo anterior e recorrente de Fassbinder, que até chegou trabalhar em algumas cenas de Lili Marlene — e filtros de suavização. (...) Filmes parte 22 

A letra da canção

Lili Marleen (tradução) - autoria de Hans Leip e música de Norbert Schultze

Em frente ao quartel
Diante do portão
Havia um poste com um lampião
E se ele ainda estiver lá
Lá desejamos nos reencontrar
Queremos junto ao lampião ficar
Como outrora, Lili Marlene.
Nossas duas sombras
Pareciam uma só
Tínhamos tanto amor
Que todos logo percebiam
E toda a gente ficava a contemplar
Quando estávamos junto ao lampião
Como outrora, Lili Marlene. (...)

Uma canção nada pró guerra. Tanto que Joseph Goebbels, um dos pilares da Alemanha nazista, tentou proibi-la. Mas, face a popularidade da canção entre os soldados nazi ele teve que retroceder.

E o que aconteceu? Como a divulgação da música era via rádio broadcasting, em ondas curtas, todo mundo ouvia. Inclusive os soldados não alemães. A ponto de Marlene Dietrich gravar uma versão em inglês e canta-la para os soldados estadunidenses.

Hoje não temos mais a BBC ondas curtas. Quem quiser ouvir a BBC que seja pela internet. Tem que pagar. É o capitalismo, ô meu.

1939 Lale Andersen - Lili Marlene (original German version)

You never can tell

Já ouvi esta música, um blues, diversas vezes. A versão de Bruce Springsteen e sua banda espetacular é imperdível. You Never Can Tell (Leipzig 7/7/13)

Mas tem a versão original que compartilhei neste blog (no texto C'est la vie) com o Chuck Berry C 'est la Vie (1972) ©2016  o autor da música.

  

Libre, de José Carlos Vilar

Na escultura “Libre”, de José Carlos Vilar, a pessoa é conduzida ao vasto universo do conhecimento através dos caminhos percorridos para se chegar aonde se pretende. A obra faz alusão a liderança e ao cotidiano, onde cada página do livro se torna um convite ao expectador a adentrar.

Esta obra traduz uma reflexão acerca da possibilidade de registros de manifestações humanas ou de captação de imagens, momentos flutuantes ou fixos impressos em cada página do livro, sugeridas pelo entorno que a envolve.

O espectador é convidado a percorrer no interior de suas páginas criando ilustrações temporárias que se multiplicam através da interatividade coletiva ou individual. Esse monumento, ao longo de sua existência, suportando diferenciadas intempéries, fornecerá vários capítulos, retratando, de maneira poética e formal toda a essência de sua criação. Folha de Vitória

Deus no futebol, Milly Lacombe

Minha irmã uma vez me contou uma piada que nunca esqueci e que me ocorreu usar para começar esse texto. Numa cidadezinha do interior do Brasil havia dois irmãos muito endiabrados que tocavam o terror. O mais velho tinha 10, o menor tinha 8. Os garotos eram tão arruaceiros que um dia, depois da missa, os fiéis pediram que o padre os chamasse para uma conversa que pudesse corrigi-los. O padre chamou apenas o mais velho e, depois de uma bronca, disse a ele: "E agora eu te pergunto, meu filho: onde está Deus?". O garoto ficou pálido e emudeceu. O padre, se sentindo confrontado, falou mais alto: Onde está Deus? A criança entendeu que estava em apuros e, tremendo, silenciou mais uma vez. O padre perdeu a cabeça e berrou: Onde está Deus? Onde está? Me diga! O menino saiu correndo da Igreja, chegou em casa esbaforido, puxou o irmão para o quarto e disse: Dessa vez a gente se ferrou total. Deus sumiu e estão achando que foi a gente. (...)

Índios no Espírito Santo

Encontrei esta foto no face book. Fui atrás das referências da foto. Não encontrei ainda. Mas encontrei uma referência relevante sobre os índios do Espírito Santo.


Espírito Santo indígena de Vânia Moreira Losada.

MOREIRA, Vânia Maria Losada. Espírito Santo Indígena: Conquista, trabalho, territorialidade e autogoverno dos índios, 1798-1860. Vitória: Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, 2017. Resenha de: VASCONCELLOS, João Gualberto. Revista do Arquivo Público do Estado do Espirito Santo, Vitória, v.2, n.3, 2018. 

Nava 

Num sebo no Rio de Janeiro comprei um livro do Luís Fernando Veríssimo, A mãe de Freud, da L&PM Editores, 1987. E fiquei impressionado com a pequena crônica Nava. Termina assim:

(...) Aos 80 anos um homem já devia ter sua perplexidade ajustada, num lado, como uma hérnia inoperável. Já devia ter passado por todas as rupturas perigosas - do desepero, da auto-indulgência - que fazem os moços se matarem. Pode se suicidar de impaciente, mas a impaciência também é coisa de moço. Pensei que houvesse uma glândula, algum dispositivo, que na velhice nos reconciliasse com esta coisa que acontece em nós, e da qual não sabemos a metade, que é uma vida finita. Não há. Merda, não há.

Trata do suicídio de Pedro Nava. Compartilhei, neste blog, esta crônica com mesmo título Nava. E mandei o link para o meu face book.

Resultado: nenhuma manifestação no face, mas com 48 visualizações no blog em 24 horas. Com o título Nava é muito provável que viram no face e foram para o blog. Hoje, dia 3/5/22, Nava tem 1.875 visualizações no blog.

Resumo da ópera: suicídio é um tabu até hoje. Continua um assunto submerso e restrito à alma humana.

 


 

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