A supremacia branca disse que cotas para minorias é discriminação contra ela, a supremacia branca. É escárnio né.
Bancada feminina do Flamengo repudia veto a cotas em comissões de conselhos do clube
Proposta de ter 10% de mulheres e negros foi rejeitada sob alegação de discriminação
Por Diogo Dantas, 18/06/2024, O Globo
A bancada feminina do Conselho Deliberativo do Flamengo emitiu nota de repúdio ao veto a uma emenda ao estatuto sugerida para a criação de cotas de mulheres e negros nas comissões dos poderes do clube, com 10% dos participantes garantidos para as minorias.
A comissão de estatuto do Flamengo rejeitou a proposta sob argumento de que ela contraria o artigo 3º do mesmo documento, que diz ser "vedada a discriminação por motivo de origem, raça, sexo, cor, idade, crença religiosa, convicção filosófica ou política e condição social".
"Em outras palavras, ao propormos cotas, estaríamos discriminando quem não é mulher e quem não é preto, ou seja, estaríamos discriminando homens brancos, uma narrativa totalmente inaceitável e descabida", diz a bancada feminina.
Confira a nota:
No dia 25 de março de 2024, foi protocolada, na Secretaria dos Conselhos, uma emenda ao Estatuto do Flamengo para que haja 10% de cota para mulheres e/ou pretos na totalidade das Comissões do Conselho Deliberativo.
Essa emenda foi pensada, elaborada e debatida pela Bancada Feminina, cuja rejeição não causou nenhuma surpresa. Todavia, a justificativa utilizada no parecer da Comissão de Estatuto nos causou estranheza e revolta, já que teve como base o artigo 3º do Estatuto que diz: “é vedada qualquer discriminação por motivo raça, sexo, cor, idade, crença religiosa, convicção filosófico ou política e condição social”.
Em outras palavras, ao propormos cotas, estaríamos discriminando quem não é mulher e quem não é preto, ou seja, estaríamos discriminando homens brancos, uma narrativa totalmente inaceitável e descabida. As cotas visam nivelar o campo de jogo, oferecendo às mulheres as mesmas oportunidades que os homens, para que todos tenham a mesma chance. Seria uma medida temporária e necessária para corrigir desequilíbrios e alcançar a igualdade de gênero, não uma forma de discriminação.
O poder judiciário tem cotas, os partidos políticos têm cotas, as universidades têm cotas e, nem por isso, violam o art 5º da Constituição Federal que estipula que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”.
Não é coincidência que a violência contra a mulher seja tão discutida nos dias de hoje. Atualmente, os direitos das mulheres têm sido uma pauta mundial cada vez mais relevante. A inclusão de mulheres em diferentes áreas é um dever que o Brasil assumiu perante Organizações Internacionais, como a OEA.
Mulheres e negros têm sido objeto de numerosas iniciativas por parte de governos e instituições, como é o caso da Lei das Eleições, que obriga que os partidos políticos tenham um mínimo de 30% de candidaturas femininas viáveis e com pretensão de disputa nas eleições e durante toda a fase do processo eleitoral, conforme o seu art 10º parágrafo 3º, e da Lei de Cotas Raciais que reserva 20% das vagas em concursos públicos aos negros e cuja extensão de prazo e ampliação de vagas encontra-se em discussão no Congresso Nacional.
É compreensível que os conselheiros e os integrantes da Comissão de Estatuto prefiram outras formas de atuação em prol da inclusão e da diversidade, mas é inadmissível que seja alegado que as cotas sejam discriminatórias, enquanto elas apenas pretendem reequilibrar uma conjuntura desigual.
Ao promover a equidade de gênero, estamos enviando uma mensagem clara de que o Flamengo, o maior clube do Brasil, é um clube que valoriza e respeita a contribuição de todos, independentemente de gênero. Isso pode atrair mais as sócias, incentivar a participação feminina em outras áreas e fortalecer nossa comunidade como um todo. Sabemos que existem muitas mulheres competentes, talentosas e apaixonadas pelo Flamengo, prontas para compartilhar suas ideias e trabalhar em prol do nosso clube.
Portanto, estamos manifestando nosso repúdio ao parecer da Comissão de Estatuto e pedimos aos seus integrantes que reflitam sobre o rumo que estamos tomando. Precisamos garantir que justiça, igualdade e democracia sejam mais do que palavras vazias. Estas devem ser os pilares das nossas ações diárias.
Gostaríamos que a Comissão de Estatuto reavaliasse as decisões recentes e tomasse decisões acertadas para garantir que sejam asseguradas as mesmas oportunidades a todos os membros, independentemente de gênero, sendo o sistema de cotas uma solução de curto a médio prazo.
Rio de Janeiro 18 de Junho de 2024
Ivana Poato
Juliane Musacchio
Maria Luiza Costa Martins
Marion Konczyk Kaplan
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Flamengo rejeita cotas para mulheres e negros em comissões A bancada feminina do clube emitiu nota de repúdio ao veto da proposta de reserva de 10% dos cargos para mulheres e negros nas comissões do clube.
PODER360, 20.jun.2024 (quinta-feira)
A Comissão de Estatuto do Flamengo, em uma reunião realizada na última 2ª feira (16.jun.2024), decidiu não aprovar uma proposta que visava a inclusão de cotas para mulheres e pessoas negras nas comissões do clube. A proposta, apresentada pela conselheira Marion Konczyk Kaplan, tinha como objetivo alocar 10% das vagas para esses grupos, com a intenção de tornar a comissão de marketing uma entidade fixa dentro do Conselho Deliberativo e de Administração, promovendo assim a diversidade.
No entanto, a proposta foi rejeitada sob o argumento de que configuraria uma “discriminação”, contrariando o artigo 3º do estatuto do clube, que proíbe discriminação por motivo de origem, raça, sexo, cor, idade, crença religiosa, convicção filosófica ou política e condição social.
A decisão resultou em polêmica e foi amplamente criticada por membros do Conselho Deliberativo, que consideraram a justificativa ultrapassada. Durante a reunião, Kaplan, ao defender sua proposta, foi confrontada por um membro da comissão, mas recebeu apoio de outros membros do conselho.
Em resposta ao veto, a bancada feminina do Flamengo, formada por Ivana Poato, Juliane Musacchio, Maria Luiza Costa Martins e Marion Konczyk Kaplan, divulgou uma nota de repúdio, enfatizando que as cotas são uma ferramenta para promover igualdade de gênero e diversidade, e não discriminação. A nota destaca que medidas semelhantes já são adotadas por outras instituições, como o poder judiciário, partidos políticos e universidades, para fomentar a inclusão e a diversidade.
A Comissão de Estatuto do Flamengo, composta exclusivamente por homens, e o Conselho Deliberativo, com mais de 90% de representação masculina, foram citados como exemplos da necessidade de ações afirmativas para promover a inclusão e a diversidade dentro do clube. A bancada feminina apela para que a Comissão de Estatuto reconsidere sua decisão e adote medidas que assegurem igualdade de oportunidades para todos, independentemente de gênero.
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Fla alega 'discriminação' e rejeita cotas a mulheres e negros em comissões
Alexandre Araújo & Luiza Sá, UOL, 18/06/2024
A Comissão de Estatuto do Flamengo rejeitou uma proposta para que parte das vagas nas comissões do clube fosse voltada a mulheres e pessoas negras sob alegação que seria "discriminação".
O que aconteceu
Foi apresentada uma emenda para que a comissão de marketing seja permanente no Conselho Deliberativo e de Administração. Antes, ela era somente provisória. A conselheira Marion Konczyk Kaplan propôs um adendo à emenda, criando cotas de 10% a negros e mulheres em todas as comissões. A ideia foi apresentada à Comissão de Estatuto.
A comissão rejeitou a proposta sob argumento de que ela contraria o artigo 3º do estatuto. O trecho fala em ser "vedada a discriminação por motivo de origem, raça, sexo, cor, idade, crença religiosa, convicção filosófica ou política e condição social".
O parecer com a resposta foi lido em reunião, que ocorreu na última segunda-feira, a pedido de Antonio Alcides, presidente do Deliberativo. O UOL conversou com diversos conselheiros, que confirmaram o teor do discurso durante o encontro.
A autora da proposta pediu a palavra e foi rebatida por um membro da comissão. Ela identificou a postura como "do século passado" e foi aplaudida por parte do Conselho.
A justifica teve reflexos negativos internamente. Muitos conselheiros interpretaram que a alegação não fazia sentido no contexto apresentado. Isso, inclusive, foi rebatido no plenário.
A Comissão de Estatuto, hoje, é formada apenas por homens. O Conselho Deliberativo do Fla também é de maioria masculina, com mais de 90% de representação.
O UOL procurou o Flamengo, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria. Caso haja um posicionamento, o material será atualizado.
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