Estamos numa tragédia nunca vista no Brasil:
5901 óbitos e 85.380 casos por coronavírus (dados do
Ministério da Saúde, 30/04/2020), fora subnotificações.
E nesse ambiente escabroso qual a polêmica do
momento na educação? O Ensino a Distância na Educação Básica. É como se não
bastasse tragédias.
A Educação Básica (Educação Infantil, o Ensino
Fundamental e o Ensino Médio) no Brasil tinha em 2019, 47,9 milhões de
matriculas, das quais 9,13 milhões (19%) no setor privado (dados do Ipea/MEC).
No setor público (38,73 milhões), 48,1% estavam nas escolas municipais, 31,9 %
nas estaduais e 0,84 % nas federais.
No Ensino Superior o quadro é diferente: em
2018 são 8,48 milhões de matrículas das quais 6,37 milhões (75,4%) no setor
privado.
Pensando no princípio da educação para todos e
todas o Ensino Básico é mais universalizado do que o Ensino Superior já que o
ensino gratuito à população é mais presente.
Agora a questão: porque nesta época de
pandemia e tragédia todos os Estados da Federação (com exceção do Rio Grande do
Norte) estão implantando ensino remoto ou EAD em seus sistemas escolares?
Antes uma questão pedagógica. “Todos as
pesquisas sérias em termos de pedagogia, neurociência e didática, vão mostrar
que a educação depende, especialmente no processo inicial, que vai da creche
até o ensino médio, de vínculo. E o vínculo não é só entre educador e educando,
como diria Paulo Freire, é um vínculo também dentro da turma. Os alunos
aprendem entre si. Não existe vínculo que não seja a partir do relacionamento
pessoal."(Daniel Cara). Será que as Secretarias
de Educação dos Estados sabem disso? Não, pois se soubessem não comprariam
pacotes para EAD com sérios problemas para docentes e alunos e alunas.
Depois uma questão capitalista. O Ensino
Básico no Brasil movimenta cerca R$ 272 bilhões. É neste patrimônio,
predominantemente, público que os grandes conglomerados privados estão
interessados. E é neste contexto que estão as empresas que vendem Ensino a
Distância. No Ensino Superior já estão presentes. Entre 2008 e 2018, as
matrículas de cursos de graduação a distância aumentaram 182,5%, enquanto na
modalidade presencial o crescimento foi apenas de 25,9% nesse mesmo período.
Os bárbaros estão chegando na Educação Básica.
E quem são os bárbaros? Fundação Lemann, Instituto Unibanco, Instituto natura, Fundação
Itau Social, Todos pela educação, Banco Mundial, as operadoras de internet
(Vivo, Tim, Oi, Net-Claro), Google etc
Assim como já carregamos a bandeira SOS - SUS
(universalização da saúde) teremos que mobilizar um SOS – EDUCAÇÃO BÁSICA.
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