O universo, segundo a ciência, teve a origem há 13 bilhões de anos (de 13,3 a 13,9) pela teoria do Big Bang. A terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos, dizem os da ciência. Os dinossauros viveram há mais ou menos 200 milhões de anos. A expectativa de vida do brasileiro, em 2009, era de 73 ANOS. Da brasileira, 77 ANOS. A terra é cerca de 64 milhões mais velha do que uma pessoa de 70 anos. Relativamente se a terra tem 1 dia de idade esta pessoa terá 1,35 milisegundo.
Mon ami, faisons toujours des contes…
Mas a ficção é mais agradável que a ciência. Toda vez que penso em nossas origens lembro-me da gênese da Bíblia. Fui católico até a juventude, mas depois a literatura, a filosofia e Marx (o Karl) me desvirtuaram. Hoje se alguém me pergunta se acredito em Deus, respondo: yo paso ou digo que esta pergunta não existe. Agnóstico? Sei não, mas tenho o São Jorge como parceiro.
Eu andarei vestido e armado com as
armas de São Jorge para que meus inimigos,
tendo pés não me alcancem,
tendo mãos não me peguem, tendo
olhos não me vejam, e nem em
pensamentos eles possam me fazer mal (Oração de S. Jorge).São Jorge é o santo dos, entre muitos: ferrados, outsiders, prostitutas, indomáveis, das minorias discriminadas etc.
Voltando à Bíblia, vejam o que está no início do capítulo Gênesis (1).
No princípio, Deus criou a terra e o céu
A terra estava sem forma e vazia
As trevas cobriam o abismo
E um vento impetuoso soprava sobre as águas
Aí Deus criou a luz e a luz começou a existir.
E Deus viu que a luz era boa
E Deus separou a luz das trevas
À luz Deus chamou dia e às trevas chamou noite
Houve uma tarde e uma manhã
Foi o primeiro dia
A criação do mundo, segundo esse relato, marcou também a origem do tempo. Essa interpretação é sugerida, por exemplo, por Santo Agostinho, que escreveu que Deus criou o tempo juntamente com o cosmo. "Antes" da Criação, argumentou Santo Agostinho, não faz sentido (2).
O que Deus estava fazendo antes de criar o mundo? Estava criando o inferno para todos aqueles que fazem este tipo de pergunta, argumenta Santo Agostinho.
O mito assírio "Uma outra versão da criação do homem" (c. 800 a. C.) começa com cinco deuses, Anu, Enlil, Shamash, Ea e Anunnaki, discutindo a criação do mundo enquanto estão sentados no céu. Anu simboliza o poder do céu ou do ar, Enlil o poder da terra, Shamash o Sol ou fogo, Ea a água, e Anunnaki o destino. Para os assírios, a Criação ocorreu quando os quatro elementos e o tempo se combinaram para dar forma ao mundo e à vida (1).
Segundo Gleiser, para os índios Hopi, dos Estados Unidos (Arizona) existem duas personagens principais na criação do mundo: Taiowa (o Criador, representando o Ser) e Tokpela (o espaço infinito, representando o Não-Ser).
O primeiro mundo foi Tokpela. Mas antes, se diz, existia apenas o Criador, Taiowa. Todo o resto era espaço infinito. Não existia um começo ou um fim, o tempo não existia, tampouco formas materiais ou vida. Simplesmente um vazio incomensurável, com seu princípio e fim, tempo, formas e vida existindo na mente de Taiowa, o Criador. Então Ele, o infinito, concebeu o finito: primeiro Ele criou Sotuknang, dizendo-lhe:
"Eu o criei, o primeiro poder e instrumento em forma humana. Eu sou seu tio. Vá adiante e perfile os vários universos em ordem, para que eles possam trabalhar juntos, de acordo com meu plano". Sotuknang seguiu as instruções de Taiowa; do espaço infinito ele conjurou o que se manifestaria como substância sólida, e começou a moldar as formas concretas do mundo. Nesse mito, o Infinito cria o finito, dando forma concreta à matéria.E minhas origens recentes?
Conheço a partir de meados do século XVIII. São portuguesas, mas no caminho houve uma mistura indígena, os caiapós (3).
Para os caiapós (referência Wik) há um mundo celeste do qual provém a humanidade. Os primeiros seres humanos que chegaram à Terra vieram de lá por uma longa corda, qual formigas por um tronco. Isto foi possível porque um homem viu um tatu e o seguiu até que entrou num buraco, que depois foi usado pelas pessoas para vir a este mundo. Também as plantas celestes baixaram do mundo celestial quando a filha da chuva brigou com a mãe, desceu a este mundo e foi acolhida por um homem, a quem entregou as plantas.
Nascido em 1950, sou filho de Orípia (1922- ), neto de Maria Cândida (1887-1965), bisneto de Jerônymo ( -1905), trineto de Joaquim ( -1874), tetraneto de Simão Antônio (1782-1873) e pentaneto de Manuel Antônio (1747-1801)...
Em nenhum lugar existe tempo algum (Mário Peixoto)
Edson Pereira Cardoso, junho de 2011
Citações
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(2) Marcelo Gleiser, A dança do universo: dos mitos da criação ao big bang, Editora Schwarcz, 1997
(3) Nilson Cardoso de Carvalho, Os Marques Librinas de Barretos, 1999
"Antes da chegada desses "bandeirantes ao contrário" quem habitava esta imensidão de campos (região de Barretos, SP), florestas e cerrados eram as onças, veados, capivaras, jacarés, antas, pacas, macacos, tamanduás, guarás, catetus, queixadas e muitos outros bichos, perseguidos de vez em quando por seus caçadores de então, os índios caiapós em suas incursões anuais por seus domínios. Esse povo, que existe ainda e preserva vários traços culturais, habita hoje o sul do Pará, mas no passado seu território era muito mais extenso.
O território dos caiapós abrangia uma vasta região do Brasil Central, com sua base principal situada na foz do Rio Verde, afluente do Paraná, irradiando-se pelo Rio Pardo até suas cabeceiras vizinhas de Camapuã, onde tinham aldeia grande e ao norte pelas nascentes do Rio Verde, Serra do Caiapó, nascentes do Araguaia até Vila Boa, e ao sul faziam incursões por toda a trilha do Anhanguera.
Permaneciam nas aldeias durante a estação das chuvas e no período de estio faziam incursões por seu território, caçando, coletando frutos silvestres, recolhendo plantas medicinais e materiais para confecção de artefatos. Dormiam então sobre esteiras de palmeiras, ao relento ou debaixo de precários abrigos no interior da floresta. Durante essas expedições a comida era abundante; construiam dois ou três fornos de pedra, onde colocavam a assar grandes porções de anta, queixada, catetu e veado, assim como palmito em grande quantidade.
Os caiapós, assim como as outras tribos jês do Planalto Central, não fabricavam cerâmica e portanto não cozinhavam o alimento; assavam-no no "moquem", espécie de grelha de paus ou no forno já referido, chamado beraburu. Terminada a estação seca regressavam para as aldeias, onde passavam o período das águas cuidando de suas roças de mandioca, batata doce e inhame."
Lider Megaron de uma tribo caiapó (Scientific America Brasil Especial, nº14)
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