sábado, 24 de agosto de 2024

JohnTextor e seus negócios - parte 3

Em quatro artigos do jornalista Lúcio de Castro (Agência Sportlight), no ICL Notícias, uma investigação de impacto sobre a figura de John Textor, atual proprietário do time de futebol Botafogo.

Os segredos de Textor: o lado B do milionário americano que comprou o Botafogo
Os segredos de Textor (2) — Novos negócios, velhas acusações
Os segredos de Textor (3) — A conexão Moscou e a teia
Os segredos de Textor (4) — Na sombra dos oligarcas 

Os textos John Textor e seus negócios - parte 2 e 1 estão aqui  

Os segredos de Textor (3) — A conexão Moscou e a teia

A estranha ligação dos negócios de Textor com personagens importantes da oligarquia russa

Por Lúcio de Castro, 21/08/2024 


Todos os caminhos levam para a Rússia. Com escala na Suíça. A estação Moscou é o final dessa viagem aos negócios dos personagens dessa história, que envolve John Textor, o milionário americano que comprou a SAF do Botafogo, e seus entornos. Direta ou indiretamente.

Sergey Skaterschikov, Alexander Studhalter, Bernhard Burgener, Ivan Shabalov. Todos conectados a algum oligarca, em algum momento. Relacionados em uma teia transnacional de empresas passeando por diversos países e paraísos fiscais. E todos, em algum movimento, tiveram ou têm conexões com o proprietário do Botafogo, John Textor.

Foi assim na busca frenética de Textor para salvar a Pulse Evolution, aterrada em dívidas e ações na Justiça. “À beira do colapso financeiro”, como está em ação movida por investidores.
É quando mais uma vez entra em cena Sergey Skaterschikov, o grande protagonista oculto desse enredo, junto com sua Index Atlas, atualmente a “consultora estratégica e financeira da Eagle Football Holdings”, a rede de Textor que detém o Botafogo, Crystal Palace, RWD Molenbeek (Bélgica) e Olympique de Lyon.
Em 15 de agosto de 2019, por meio de um “Share Exchange Agreement”, (“Acordo de Troca de Ações”), a Pulse Evolution comprou o Facebank AG, empresa de tecnologia, e todas as empresas sob o guarda-chuva dela. A compra se deu emitindo e utilizando 2,5 milhões de ações. O nome passou a ser Facebank Group.

Acordo no tribunal de falências de Nova Iorque diz que Skaterschikov era a verdadeira cara por trás do Facebank

Uma peça do “Tribunal de Falências dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova Iorque”, de 26 de agosto de 2021, que trata sobre a falência do Paddle 8, empresa organizadora de leilões de arte e controlada pelo Facebank AG, é mais direta e fala com todas as letras o que não está em nenhum registro de empresas:
“O Facebank AG era controlado por Sergey Skaterschikov”.
O documento é assinado pelas partes envolvidas. E cita ainda transações entre Skaterschikov e Textor.
“Tanto o Sr. Skaterschikov quanto sua esposa, Sra. Depczyk, envolveram-se nos negócios da Paddle 8, sem o Sr. Skaterschikov tornar-se formalmente um diretor… Em agosto de 2019, o Facebank AG vendeu seu controle indireto e participação acionária no Paddle 8 para o FaceBank Group, Inc, uma empresa da Flórida na qual o Sr. John Textor era, à época, diretor, conselheiro e acionista”.

US$ 100 milhões: a fusão das empresas de Textor e os financistas ligados a oligarcas russos
A salvação definitiva do negócio se materializou poucos meses depois da compra, em 19 de março de 2020. No mesmo momento em que o mundo tomava pé e se assombrava com a pandemia de Covid, o Facebank Group, ex-Pulse Evolution, e a FuboTV, plataforma de streaming ao vivo, se fundiram em uma só. A FuboTV passou a ser subsidiária integral do Facebank, que, por sua vez, foi renomeado como FuboTV.

A fusão não só salvou o negócio de John Textor e os sucessivos anos de insucesso financeiro, como foi um divisor de águas para ele.
Com a fusão, veio a possibilidade de listar a empresa na Bolsa de Valores de Nova Iorque e assim ter acesso a entrada de recursos e obter imediatamente crédito. Uma “transação“SPAC”, o “Special Purpose Acquistion Companies” (“Empresa de Propósito Específico de Aquisição”), modalidade muito mais rápida do que a convencional e que se disseminou durante a pandemia, e que é conhecida como o “IPO (Oferta Pública Inicial) do cheque em branco”, na qual um gestor de capitais se encarrega de levantar fundos junto a investidores.
Toda arquitetura da fusão foi feita por Sergey Skatershikov e sua Index Atlas.

E o credor também era um velho conhecido de Textor.
Em documento apresentado a Comissão de Valores Mobiliários americana (SEC), o Facebank afirmou que tinha obtido linha de crédito rotativa de US$ 100 milhões (modalidade em que o tomador pode sacar fundos até um limite pré-estabelecido) em benefício da FuboTV, como “incentivo à disposição da FuboTV em celebrar o acordo de fusão”.

Um outro documento da SEC obtido pela reportagem, datado de 11 de março, paralelo ao processo de fusão, mostra o crédito citado de US$ 100 milhões concedido ao Facebank Group. E o nome do credor: A HLEE Finance.

 
Trecho fala em US$ 100 milhões de crédito da HLEE
 

Security agreement no qual “debtor” é o Facebank e “secured” é a HLEE Finance
Quatro meses depois, novo documento registrado na Justiça americana, de 8 de julho de 2020, a HLEE Finance e o Facebank Group afirmam que a linha de crédito da HLEE Finance não foi utilizada pelo Facebank, sendo ali extinta. Assim, o financiamento para efetivação da transação teve que vir de outro fundo de investimento.

A reportagem questionou a HLEE AG sobre as razões para o financiamento na fusão Facebank e FuboTV não ter sido efetivado. Por meio da assessoria, a empresa devolveu a pergunta afirmando que “não entendemos esta questão. Nunca houve uma oferta da HLEE para as empresas que você mencionou”.
Em réplica, nossa reportagem informou que referia-se a HLEE Finance, que embora já não fizesse parte do grupo como antes, compartilhava ainda diretores e detinha ações.
A assessoria da HLEE AG então negou que a HLEE Finance tenha sido do grupo, em qualquer tempo e relações comerciais.
“A HLEE Finance nunca foi uma empresa do Grupo HLEE. A HLEE Finance sempre foi uma terceira parte da HLEE. Também não houve relações comerciais. A única relação foi que a HLEE Finance adquiriu uma participação de 3,02% no Grupo HLEE no exercício de 2019. Em 2020, a HLEE Finance reduziu então a sua participação no Grupo HLEE para menos de 3%. Por este motivo, não podemos responder a quaisquer perguntas ou comentários sobre o HLEE Finance. Infelizmente, o nome da empresa “HLEE Finance” sempre causou confusão no passado”.
A HLEE AG já tinha sido investidora em negócios de Textor através da Highlight Comunications, uma das investidoras da Pulse Evolution como parte da Holotrack (ver segunda reportagem da série). Na ocasião, um dos sócios da HLEE AG, Bernhard Burgener, passou a ter lugar no conselho de administração da Pulse Evolution.

Registros de Luxemburgo confirmam relação entre empresas

Documentos obtidos pela reportagem com a junta comercial de registros de Luxemburgo mostram a HLEE Finance como parte da HLEE AG até três meses antes de assinar a linha de crédito para o Facebank e cita o contrato de transmissão de ações “de 14 de novembro de 2019 em que a Highlight Event and Entertainment AG (HLEE AG), única acionista da sociedade, transferiu a totalidade das ações para a C Digital Libraries Inc”. Única acionista.

Há um outro ponto em comum entre a HLEE AG e a HLEE Finance. No dia 3 de dezembro de 2019, às vésperas da HLEE AG abrir mão das ações na HLEE Finance em benefício da C Digital Libraries, foi nomeado como novo administrador da HLEE Finance, Clive Ng Cheang Neng, natural da Malásia.

Clive Ng Cheang também é, até hoje, do conselho da HLEE AG, tendo sido reeleito no último 28 de junho. (Antes disso, em 30 de junho de 2021, o malaio entrou para os conselhos de administração, remuneração e passou a ser presidente da comissão de vencimentos da Yountimers, ex-The Native, cuja presidência foi assumida por Sergey Skaterschikov em 15 de janeiro de 2018). A assessoria de imprensa do grupo HLEE respondeu que “o sr. Clive Ng é membro não executivo do conselho de administração do grupo HLEE, pelo qual não tem influência nas atividades comerciais do grupo HLLE (incluindo empresas do grupo). Não existem transações entre o Grupo HLEE e a HLEE Finance. A HLEE Finance nunca foi incluída no âmbito de consolidação do Grupo HLEE. O Grupo HLEE não tem relações comerciais com Clive Ng”.

Mais um russo ligado a Skaterschikov se conecta na teia

Quatro anos depois da HLEE AG passar as ações da HLEE Finance para a C Digital Libraries, um movimento no equivalente a junta comercial da Califórnia encontrado pela reportagem chama atenção.
E mais uma vez, tem a sombra da onipresença de Sergey Skaterschikov. No centro da cena, mesmo sem assinar qualquer papel.
No dia 4 de outubro de 2023, um novo personagem aparece nos registros da C Digital Libraries, se juntando a Clive Ng Cheang na empresa. Semen Vidrevich, o novo chefe financeiro da C Digital Libraries.


Com uma história ao lado de Sergey Skaterschikov há longos anos. Desde a Rússia.
Em 2005, as atas de reunião da Kirovsky Zavod, gigante russa que era primeiramente uma fábrica de engenharia mecânica mas que depois se transformou em empresa de participações com dezenas de subsidiárias, registram a entrada de nove novos membros entre os 12 com assento no conselho de administração.

Entre eles, está Semen Vidrevich, apresentado como diretor da Index Atlas, juntando-se à mesa do conselho com o próprio Sergey Skaterschikov.
A Kirovsky Zavod é uma empresa com todas as características de outras tantas depois do fim da União Soviética: um oligarca no comando, proximidade ao mandatário do país e ligações obscuras. O oligarca em questão da Kirovsky Zavod era Petr Semenenko, considerado o homem mais rico de São Petersburgo, de estreitas relações com o poder. Em junho de 2005, Semenenko morreu em misterioso acidente, caindo do 15º andar de um hotel dele mesmo.

O filho Georgy assumiu o lugar do pai e um dos primeiros atos foi chamar Sergey Skaterschikov. Em entrevista para a Reuters na ocasião, o próprio Skaterschikov relatou tal ligação entre eles. A agência questionou ainda os rumores de que o crescimento da empresa se devia a uma direta intervenção de governantes para aumentar a participação de dirigentes de outra empresa russa, transformados em “observadores” da RAO UES, da qual Skaterschikov era membro do comitê de investimento em energia, aumentando assim a presença da Kirovsky no setor. O russo refutou com veemência tal ideia: “especulação repugnante e inútil. Não há ‘observadores’ da RAO UES ou do Estado”, afirmou.
Processos na Suprema Corte russa mostram Skaterschikov acusado por manipulações em ações
A reportagem do ICL Notícias teve acesso a três processos da Suprema Corte da Rússia onde Skaterschikov, Vidrevich, o escritório russo da Index Atlas e a Kirovsky Zavod estão juntos como reus, entre outros.

Movidos por outros acionistas da Kirovsky, que acusam os reus citados de realizarem diversas transações entre agosto de 2005 e setembro de 2006 que supostamente causaram perdas à empresa Kirovsky Zavod, resultando na diluição das ações dos demandantes e diminuição de ativos. Alegaram ainda que estas transações foram ocultadas dos acionistas. Os investidores autores da ação perderam em todas as instâncias e levaram para a suprema corte, que, no entanto, decidiu nos três diferentes casos que os fatos apresentados não eram suficientes para reabrir o caso. Em uma das decisões, está a informação de que a Index Atlas russa foi liquidada no transcorrer do processo.
O nome de Semen Vidrevich pode ser encontrado ainda a duas outras empresas na Rússia, todas já extintas: a Petrostal-invest e a Sintez.

O sócio da HLEE e o fantasma do oligarca russo Suleiman Kerimov

Na sombra de um dos sócios da HLEE AG existe outro oligarca russo.
Em 2017, o então sócio majoritário da HLLE, Alexander Studhalter, foi preso na França, acusado de lavagem de dinheiro e evasão fiscal depois de comprar propriedades em Cap d’Antibes no valor de US$ 127 milhões. As autoridades fiscais francesas afirmaram que as propriedades eram na verdade do oligarca russo Suleiman Kerimov, senador da república russa do Daguestão, intimamente ligado a Vladimir Putin, com fortuna estimada em US$ 14 bilhões. As casas em Cap d’Antibes estavam em nome da Swiru Holding AG, empresa de Studhalter, abreviação de “Swiss Russian”. Na ocasião, o suíço afirmou que apenas alugava as propriedades para o bilionário russo. Em 2016, quando Kerimov destroçou uma Ferrari Enzo na Promenade des Anglais, em Nice, Studhalter foi traído pela placa: o carro estava em seu nome.

Em 11 de abril de 2022, o Pandora Papers Russia, do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), revelou ao mundo uma vasta teia de empresas de fachada que se conectava Suleiman a Kerimov. Escondidas sob camadas por diversos paraísos fiscais, o ICIJ chegou a registros que descrevem bilhões de dólares em transações entre empresas de propriedade da família de Kerimov e outras tantas de fachada, propriedades ou administradas por Studhalter envolvidas em fusões e aquisições entre elas. Apenas uma dessas, a Fletcher Ventures, registrou transferências de US$ 100 milhões com empresas da família Kerimov. Na ocasião, em resposta para o ICIJ, Studhalter afirmou que “as autoridades francesas inventaram o caso”. Teias transnacionais complexas, envolvidas em fusões, aquisições e transações entre elas podem  dificultar o rastreamento da origem dos fundos, podendo camuflar eventuais origens ilícitas do dinheiro.

 
Suleiman Kerimov

“Uma rede global de facilitadores e associados com as elites ligadas ao Kremlin com fortunas entrelaçadas ao Ocidente”

No dia 14 de novembro de 2022, o U.S. Department of the Treasury’s Office of Foreign Assets Control (Escritório do Departamento de Controle de Ativos Estrangeiros -OFAC), parte do Departamento do Tesouro, sancionou o que chamou de “principais fontes” que abastecem o Kremlin e apontou uma “rede global de facilitadores e associados com as principais elites ligadas ao Kremlin, cujas fortunas estão entrelaçadas com o Ocidente”. Entre os principais alvos nessa rede, estava o sócio majoritário da HLEE, Alexander Studhalter, considerado pela OFAC como “um jogador-chave na rede financeira de Kerimov, incluindo a gestão das empresas dele”. A HLEE não estava entre elas.

Em 10 de junho de 2024, a sanção da OFAC contra Studhalter foi suspensa. Em comunicado aos investidores, a HLEE informou que, “depois das sanções, Studhalter renunciou ao mandato no conselho de administração da HLEE, Highlight Communications AG e das várias empresas do Grupo”, lembrando ainda que após a sanção, a participação acionária dele teria sido reduzida.

Analisando o balanço financeiro de 2023 da empresa, a reportagem do ICL Notícias constatou que, em dezembro de 2022, Studhalter era o sócio majoritário com 27,38% das ações da HLEE através da “Swiss International Ivestment Portfolio AG. Seguido por Bernhard Burgener, então com 18,50%. Com as sanções, no papel, em 31 de dezembro de 2023, Studhalter caiu para 19,99% e Burgener foi para 23,53%.

Mais um: outro empresário fortemente ligado a oligarcas russos participou da fusão da empresa de Textor
Além de Sergey Skaterschikov e sua Index Atlas, outro personagem é fundamental na construção e organização da fusão entre Facebank e FuboTV protagonizada por Textor, como mostram documentos da própria FuboTV: a GS Finances, da família russa Shabalov (Ivan, a filha Anastasiya e Pavel), também intimamente ligada a controversos bilionários russos.

O patriarca dos Shabalov, Ivan Shabalov, o feliz proprietário do super iate Soaring, construído em 2020, registrado nas Ilhas Cayman e avaliado em aproximadamente 120 milhões de dólares, ocupou cargo dos mais importantes do grupo de poder de Vladimir Putin: presidente da Associação de Produtores de Gasodutos, estratégica para a Gazprom, a gigante do gás russa e joia da coroa do mandatário russo.
Além disso, era também diretor da Gaztaged, que fornecia dutos para a Gazprom e tinha o controle de Boris Rotenberg, oligarca conhecido como um dos “treze do Putin”, o círculo mais próximo ao presidente. Um dos que treinam judô com o governante.

Parceira de Textor em empreendimento tem registro no Chipre, o paraíso fiscal dos oligarcas russos

Além da sede oficial em Luxemburgo, a reportagem do ICL Notícias encontrou registro da GS Finances no equivalente a junta comercial do Chipre. Em nome de Pavel Shabalov, playboy moscovita de 37 anos, filho de Ivan. A ilha no mediterrâneo é considerada como o grande paraíso fiscal e lavanderia dos oligarcas russos, como mostrou investigação do ICIJ que resultou no “Cyprus Confidential”. Por meio da análise de 3,6 milhões de documentos confidenciais de seis empresas de serviços financeiros cipriotas, o ICIJ identificou 96 russos ligados a 800 empresas ou trustes distintos. Todos com histórico de sanções desde 2014 por irregularidades financeiras, incluindo “laranjas de Vladimir Putin”, segundo o consórcio.

Paraísos fiscais e participações cruzadas: a complexa teia

Um organograma, publicado pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos em 15 de agosto de 2019, logo após a aquisição do Facebank por parte da Pulse Evolution, mostra parte da rede de empresas que se interligam por fusões, aquisições ou algum tipo de relação, em algum momento, nomes com John Textor, Sergey Skaterschikov, Bernarhard Burgener, Alexander Studhalter e Ivan Shabalov

A partir desse organograma, com busca em diversos tipos de registros públicos, bolsas de valores, justiça e comissões de valores mobiliários de diferentes países, a reportagem do ICL Notícias foi atrás das conexões entre as empresas ali nomeadas. Encontrou uma complexa estrutura de participações cruzadas onde os fios convergem e se relacionam com algum dos personagens citados.

Ao menos trinta e cinco empresas que, em algum momento, tiverem algum tipo de conexão entre elas. Passando por 10 diferentes países: Estados Unidos, Suíça, Luxemburgo, Ilhas Virgens Britânicas, Polônia, França, Liechtenstein, Chipre, Alemanha e Hong Kong. Dos 10, seis estão entre paraísos fiscais, ou conhecidos pelo alto grau de sigilo bancário que favorece lavagem de capitais e sede de offshores como Luxemburgo, Hong Kong, Suíça, Liechtenstein, Ilhas Virgens Britânicas e Chipre. E os Estados Unidos tem 2 estados, Delaware e Nevada, com leis que facilitam o sigilo bancário e em relação ao proprietário da empresa, também considerados paraísos fiscais.

EMPRESAS/PAÍSES:

HLEE Finance S.à r.l. – Luxemburgo.
C Digital Libraries Inc. – Estados Unidos.
Digital Domain Holdings – Hong Kong.
IndexAtlas AG – Suíça.
Pulse Evolution – Estados Unidos.
Facebank Inc. – Estados Unidos.
FuboTV – Estados Unidos.
Digital Commerce Strategy AG (antiga Facebank AG, Oakley Capital International AG) –
Suíça.
Digital Domain Capital Partners S.à r.l. – Luxemburgo.
Digital Investment Platform S.à r.l. – Luxemburgo.
Asknet Solutions AG (Asknet AG, Nexway Group AG) – Alemanha.
FBNK Finance S.à r.l. – Luxemburgo.
The Native S.A. – Suíça.
Herculis Trustees AG – Suíça e Liechtenstein.
Herculis Partners AG – Suíça.
HLEE AG – Suíça.
Skate Capital – Estados Unidos.
ArtNews S.A. – Polônia.
StockAccess Holdings – França.
Highlight Finance Corp – Ilhas Virgens Britânicas.
P8H Inc – Estados Unidos.
Peddle – Estados Unidos.
Hashtag (ex-Lighthouse Capital) – Polônia.
GameChanger Capital AG – Suíça.
PB Invest AG – Suíça.
Holotrack Ventures Corp – Suíça.
Highlight Ventures Corp – Estados Unidos.
Miralco AG – Suíça.
JR Beteiligungs Holding AG – Suíça.
Fund Solutions – Luxemburgo.
Centralis – Luxemburgo.
Joint Proficient Project Co. Ltd. – Ilhas Virgens Britânicas.
Mountain Alliance AG – Alemanha.
GS Finances – Suíça e Chipre.
C2A2 AG – Suíça.

Outro lado: John Textor
A reportagem enviou uma série de questões John Textor em diferentes ocasiões. Por diferentes formas: através da assessoria de imprensa da SAF Botafogo, por telefone e e-mail do diretor de comunicação, assim como também para a assessoria do Eagle Footbaal. Todos sem resposta. As respostas da HLEE estão na reportagem. A reportagem tentou contato com a GS Finances mas não obteve sucesso.

 

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