Neste dia Inácio Araújo escreveu na Folha de São Paulo sobre Jeanne:
Foram apenas dois casamentos, mas, sabidamente, muitos amantes. Significam a inquietude sem fim, o gosto pela independência, a inteligência e o poder de sedução dessa atriz que, se vê sua força de estrela arrefecer na maturidade (como acontece frequentemente às atrizes), ainda filmaria, entre outros, com R.W. Fassbinder ("Querelle, de 1982), "Além das Nuvens" (1995, de novo com Antonioni, agora em parceria com Wim Wenders).
O filme emblemático de Jeanne Moreau, sem dúvida, foi Jules et Jim (http://www.imdb.com/title/tt0055032/) de François Truffaut, 1962. O título em português acrescenta Uma mulher para dois. Uma idiotice inominável.
Jules et Jim: a estória
Catherine (Jeanne Moreau), Jules (Oskar Werner) e Jim (Henri Serre) se conhecem e a partir daí tornam-se inseparáveis. Uma relação triangular cheia de idas e vindas. Três boêmios com pensamentos as vezes divergentes mas convergentes num quisito: a liberdade.
Era 1916 e logo vem a guerra. Jules, alemão e Jim, francês,
participam, como soldados, em lados opostos. Às vezes, tenho medo de que vá matar Jules durante uma batalha,
confessa Jim.
O trio volta a se
encontrar no pós-guerra. Jules está casado com Catherine e com uma filha, Sabine. Jim aceitou que ela pertencia ao Jules.
Mas o casamento Catherine - Jules não estava nada
bom.
Jules: Ela não é realmente minha esposa, Jim. Ela
já teve três amantes. Um foi um encontro logo antes de nosso casamento, como
uma despedida de solteira. Outro foi uma vingança por algo que eu fiz. E não
sei o que. Não sou o homem que ela precisa...E ela não aceita isso. Estou
acostumado a ela ser infiel comigo...Mas não suportaria vê-la partir.
Catherine numa palavra: inquietude.
O trio resolve morar juntos.
Um casamento profano, não sagrado.
As idas e vindas continuam. Ela ainda
insatisfeita, infiel e aflita.
Final da estória: Catherine convida Jim para andar em
seu automóvel e a seguir cai no mar do alto de um penhasco. Morrem juntos.
O caixão de Jim era maior que ele em vida. O de Catherine
era uma caixa de joia.
Há dois temas: o da amizade dos dois, que tenta sobreviver, e o da impossibilidade de viver a três. A ideia do filme é que o casal não é um conceito satisfatório, mas não há outra solução (Truffaut)
Há dois temas: o da amizade dos dois, que tenta sobreviver, e o da impossibilidade de viver a três. A ideia do filme é que o casal não é um conceito satisfatório, mas não há outra solução (Truffaut)
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