Não me ame
tanto. Não posso suportar um amor que é mais do que eu sinto por dentro.
Este foi o
torpedo recebido pelo smartphone do Adolfo, em março de 2013. Eleonora, sua
namorada na época, ouvia muito as músicas de Karina Buhr.
Depois do
acontecido Eleonora considera o amor um vício acrescido de ciúme, um absurdo
total.
O
acontecido
“Amor,
porque você não faz aquilo outra vez. Vem cá meu cabritinho!”. Era Eleonora
clamando por Adolfo beijar seus seios e massagear freneticamente seu clitóris.
Ela por sua vez com pinto dele enrijecido na mão. A seguir ruidosos
orgasmos. Estavam num motel lá pelos
idos de 2011.
Um vulcão
no sexo. “Na cama sou uma puta” dizia ela para as amigas. Personalidade forte,
determinada, independente, segura, dedicada no trabalho, líder de grupo e uma
incontrolável libido. Assim é Eleonora.
Adolfo
conheceu Eleonora na balada. Não deu outra, ele se apaixonou por aquela mulher
vulcão. No começo um mar de rosas. Viam-se dia sim dia não. Ele entrou de
cabeça na relação e ela, apesar de apaixonada, com a cabeça no lugar.
“Você é
sagrada para mim. Todo meu desejo incendeia com a tua presença. Não sei jamais
o que se passa comigo quando estou contigo; parece que a minha alma se revolve
em todos os meus nervos”. Foi o torpedo recebido de Adolfo. Um delírio digno do
jovem Werther de Goethe. “Lindo! Um beijo flamejante” respondeu Eleonora.
Numa manhã
chuvosa no apartamento do Adolfo. Ainda com uma ressaca da noite anterior ele
diz: “Eleonora, porque não nos casamos?” Eleonora: “calma cabritinho, porque
mudar? Está tão bom assim.” Ele, de uma família tradicional de Vitória, pensava
no casamento como o coroamento de um amor eterno. Ela não. Onde começa o
casamento acaba a relação homem mulher (Rose Marie Muraro).
Foi na balada
que Eleonora conheceu o lado sombrio do namorado. Estavam numa boate em Vila
Velha. Ela já com umas doses de vodca na cabeça começou a dançar com um amigo.
Dançavam pra lá do trivial. Adolfo não gostou e partiu para o ataque. Agrediu o
amigo e rolou um sapeca-iaiá no salão. Sobrou para a Eleonora que levou uns
tabefes em pleno salão.
De todos os
tormentos que afligem a alma o ciúme é o mais intolerável. Eleonora conheceu,
naquela noite, o que significa conviver com a estupidez chamada ciúme.
O estopim. Adolfo soube que Eleonora estava num motel.
Como descobriu? Sem ela saber os celulares de ambos tinham o Foursquare,
rede social que permite ao utilizador indicar onde se encontra. Eleonora estava
no Status, motel tradicional situado na região de Vitória. A explosão veio a
seguir. Discutiram dentro do carro e ela confessou que estava no Status. Com uma amiga. Não deu outra. Adolfo deu um
tapa na cara de Eleonora. Na hora ela parou o carro. Estava na direção e no meio
da 3ª Ponte que liga Vila Velha e Vitória. Atracaram-se, mas ela tinha
vantagem. Recuperou os golpes de judô que aprendera quando adolescente. Com uma
chave de braço esganou Adolfo. Pensou em mata-lo. Mas desistiu. Ele saiu do
carro cambaleando, tonto e com aquela coragem irresponsável se jogou no mar.
Depois de 70 metros em queda livre se espatifou na água. Morreu. Em março de
2013.
Na polícia
Eleonora declarou terem discutido e depois do tapa na cara se defendeu da
agressão. A iniciativa de sair do automóvel foi do namorado.
Epílogo
Atualmente
Eleonora mora em Salvador. Está grávida de 5 meses e será mãe solteira. Já tem
o nome para a filha: Beatrix.
Ela
continua com os cabritinhos e continua tendo problemas com amor demais.
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