“Quando um bom soldado vai à luta e mata seu primeiro inimigo ele está realmente com medo. Ele está com muito medo, porque matar alguém é aterrorizante. Mas depois você se acostuma com isso. A guerra desperta uma selvageria nas pessoas
Estive na floresta por muito tempo. Os animais não são tão selvagens assim.
Tigres não são tão selvagens. Tigres matam quando precisam comer. Mas as pessoas não se matam porque estão com fome. Quando as pessoas matam e mutilam essa é a selvageria da guerra.” (Nguyen Ngoc - Exército Norte-Vietnamita)
O depoimento acima é do documentário The Vietnam War, 2017, de Ken Burns e Lyn Novick, https://www.imdb.com/title/tt1877514/, (atualmente na Netflix). São 17 horas de vídeo distribuídas e 10 episódios. A selvageria da guerra, suas atrocidades, matança e horror são mostrados de forma contínua e devastadora. Um holocausto com 60 mil mortes de um lado (EUA) e cerca de 2 milhões de vietnamitas. Bombas foram lançadas como não se viu durante a 2ª Guerra. Vilas inteira foram destruídas junto com crianças, mulheres e homens civis.
“Nossas crianças são apenas emprestadas para nós”, declaração da mãe de Danton Wislow Crocker Jr., morto em 1966, aos 19 anos, na guerra do Vietnam.
Uma imagem impactante deste genocídio é a foto acima de Nick
Ut. Já na fase final da guerra, estarreceu o mundo na época. E mostrou o horror
da guerra.
No filme Apocalipse Now, 1979 de Francis Ford Coppola, https://www.imdb.com/title/tt0078788/ tem uma cena central que reproduz o que foi esta guerra. O agonizante Coronel Walter E. Kurtz (Marlon Brando) em sua última declaração em vida. Horror
Este é o fim / Belo amigo / Este é o fim / De nossos planos elaborados, o fim / De tudo que está de pé, o fim (da música The end dos Doors que dá o tom no filme )
O documentário de Ken Burns e Lyn Novick me trouxe de volta minhas convicções antibelicistas. E a sensação de “o que e para que estamos aqui?”
Joaquim
Deu no Aqui notícias.com, 07/08/2918 (*):
Um crime chocou a região de Brejetuba,ES, na tarde desta segunda-feira (6). Um trabalhador rural, identificado como Joaquim Sabino de Oliveira, 24 anos, matou o filho Ícaro Sabino de Oliveira Miranda, de apenas dois anos, e em seguida se matou em sua residência na localidade de Córrego São Domingos, interior do município, próximo à divisa com Minas Gerais.
Segundo as informações da Polícia Militar, o pai usou um pedaço de arame para matar o filho e com o mesmo tipo de material se matou em seguida. O corpo da criança estava pendurado a cerca de um metro de altura acima do chão. A perícia foi acionada e encaminhou os corpos para o Serviço Médico Legal (SML) de Cachoeiro de Itapemirim.
A hipótese de vingança existe. Joaquim tinha a guarda compartilhada do filho. A separação do casal teria provocada a ira assassina do pai.
A selvageria do cotidiano.
Joaquim não é um tigre, é um humano.
Existir dói. Dor que se disfarça, mas não se esconde. (Bruno Mello Souza)
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