domingo, 2 de novembro de 2014

Lobo Solitário

 
 
O mangá Lobo Solitário de Kazuo Koike e Goseki Kojima apareceu no Japão na década de 1970. No Brasil é distribuído no final da década de 1980. A coleção completa da saga Ogami tem 28 volumes e ainda está disponível na Estante Virtual (http://www.estantevirtual.com.br/ em 02/11/2014) e outra livrarias virtuais.

Vítima de uma conspiração do clã Yagyu o samurai Itto Ogami, executor oficial do Xogum, tem a esposa assassinada e cai em desgraça, acusado de traição. A o lado do filho Daigoro Ogami sai em busca da vingança tornando o mercenário Lobo Solitário. Itto Ogami (com o seu conhecimento de esgrima suio), agora como ronin, segue a trilha do assassino na estrada do inferno.




Ogami: Daigoro, você deve escolher uma trilha para si mesmo. Se escolher o temari (bola) você irá se unir à sua mãe que nos aguarda em Yomi, a terra dos espíritos. Se escolher a espada juntos nós percorreremos a trilha do assassino.
Daigoro, ainda engatinhando, escolhe a espada.
Ogami: você seria mais feliz ao lado da sua mãe. Um assassino com um bebê. Pois que assim seja, Daigoro. Este é o nosso destino.



Ogami: A morte caminha no vento e eu sou apenas uma folha. Meu corpo deve trilhar os seis caminhos: o do paraíso, do humano, do assassinato, da besta-fera, do demônio e do inferno. Ou deve passar através das quatro vidas: a semente, o ovo, o útero e a reencarnação. Para unir os opostos de Mu (vazio)

 
Daigoro, nós vamos entrar pelas portas do inferno.



Lobo solitário, samurais e ronins no cinema
 
Itto Ogami e Daigoro [1]
 
A estória de Kazuo Koike e Goseki Kojima aparece em seis versões cinematográficas listadas a seguir.
Lobo solitário:
A espada da vingança, Kozure Ôkami - Ko Wo Kashi Ude, 1972, direção: Kenji Misumi 
O andarilho do rio Sanzu, Kozure Ôkami - Ko Wo Kashi Ude, 1972 direção: Kenji Misumi 
 
Contra os ventos da morte, Kozure Ôkami: Shinikazeni mukau ubaguruma, 1972, direção: Kenji Misumi
Coração de pai, coração de filho, Kozure Ôkami: Oya no kokoro ko no kokoro, 1972, direção: Takechi Saitô
Na terra dos demônios, Kozure Ôkami: Meifumadô, 1973, direção: Kenji Misumi 
Paraíso branco no inferno, Kozure ôkami: Jigoku e ikuzo! Daigorô, 1974, Direção: Yoshiyuki Huroda
Estes filmes estão disponíveis na Versátil Home Vídeo (2013) [2]. Em inglês são identificados como Lone wolf and cub de 1 a 6.


As personagens principais nestes filmes foram interpretados por Tomisaburô Wakayama (Itto Ogami) e Akihiro Tomikawa (Ogami Daigoro).

Tomisaburô Wakayama (1929 – 1992) nasceu e faleceu em Tokyo. De 1955 a 1992 participou de 158 filmes (e trabalhos em TV) (http://www.imdb.com/name/nm0423663/ ). Esteve no filme Chuva negra (Black rain), 1989, de Ridley Scott, disponível em DVD pela Paramount - AMZ. Neste filme interpreta Sugai, um chefão da Yakuza (máfia japonesa).



Tomisaburô Wakayama como Sugai em Chuva negra, 1989.

Akihiro Tomikawa nasceu em 1968 e sua participação no cinema ficou restrita ao papel de Daigoro.

O samurai no cinema tem como referências clássicas, dentre várias, os filmes sobre os 47 ronins. A Versátil Home Vídeo distribui três versões desta estória baseada em fatos históricos (nos idos de 1700) que se tornou lenda no Japão. São eles: A vingança dos 47 ronins (Genroku chushingura), 1941, com direção de Kenji Mizogushi; Os 47 ronins (Chushingura), 1958, de Kunio Watanabe e Os vingadores(Chushingura: hana no maki), 1962 de Hiroshi Inagaki.

Sinopse de 47 ronins: Lorde Asano resiste a uma tentativa de suborno por um membro da corte do Shogun (Lorde Kira). Sua honestidade, no entanto, é inútil contra a corrupção da administração, e ele é forçado a cometer haraquiri (seppuku). Sua comitiva de samurais é então dispersa, como ronins sem mestre. O líder dos samurais, Oichi, trama com um bando de ronin leais em busca de vingança pela desonra de seu mestre. A vingança é realizada, mas todos os 47 ronins são condenados a cometer o haraquiri. São as regras do Xogun e a honra samurai.
Samurai quer dizer ficar ao lado, servir, guardar. Designa um guarda profissional da casta militar dos Bushi vinculada ao serviço de um senhor Daimiô, dono do feudo. Um samurai que foi destituído por qualquer motivo é chamado ronin  que quer dizer "homem que flutua no vento" ou "homem da onda". Em outras palavras um guerreiro sem vínculo, um samurai errante (De L’histoire de 47 Ronins à Mizoguchi, Charles Tesson e Christophe Gans, DVD 2 da Versátil).


47 Ronins distribuído pela Versátil [2]



A estória de Itto Ogami (Lobo solitário) é diferente de 47 Ronnins. Ogami era samurai e depois, como ronin, se propôs à vingança solitariamente. Já em 47 ronnins a vingança foi de um grupo organizado de ronins que como samurais serviam a Asano.

O que é comum nestas duas estórias? A MORTE.
A ideia de morte que nos é passada geralmente está vinculada à escuridão, à tristeza e acabamos por associá-la sempre a imagens negativas, ruins e ao fim de tudo. Na visão budista a morte é considerada como um dos aspectos da vida. A vida é eterna e ela não acaba com a morte. É o conceito de impermanência (Hi eizoku-sei). Nada é permanente mesmo quando se retira o conceito de tempo [3] e [4].



 

Nenhum comentário:

Postar um comentário