segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Inventando mulheres


Vem não. Não estou questionando meu casamento. Apenas quero que você entenda a minha condição de mulher independente e livre.

Era Julia quase com o dedo em riste em minha direção. Julia é minha amiga de há muito.
Retruquei.

Tá bom então você está seguindo Adriana Falcão : inventa uma mulher e se incorpora a ela. É isto?
É mais ou menos isto. E daí? Qual o problema?

Ah! Então é isto. Vamos dizer que a mulher inventada chama-se Clarice. Liberdade e independência Clarice tem. Júlia não.
Julia é casada há 20 anos com filhos e muito feliz com o marido. Vive este casamento nos limites das fronteiras dos jardins da razão (Chico Science). Impossível questionar meu casamento. Júlia é Júlia. Clarice é Clarice. São dois mundos diferentes.
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Em tempo
De acordo com o site Hypescience, um grupo de cientistas nos EUA, descobriu que o cérebro dos apaixonados é diferente do das pessoas que estão em um longo relacionamento. Existem sinais científicos bem claros que demonstram que você está em uma fase apaixonada. Cito alguns:                                                                                                   
1. Você sente que a outra pessoa é única: Pessoas apaixonadas tendem a acreditar que a outra é "a escolhida" e até mesmo a "alma gêmea". Este sentimento se dá pelos níveis elevados de dopamina, substância ligada à atenção e foco. 
2. Desastre emocional: O amor leva à instabilidade emocional e fisiológica, comportamento semelhante dos viciados em drogas. Segundo a pesquisa, a culpa é do fato de a mesma região do cérebro ser ativada nos dois casos.. Ou seja, o amor é uma droga
3. Sexo não é tudo: 64% das pessoas apaixonadas (homens e mulheres) discordaram da afirmação: “O sexo é a parte mais importante do meu relacionamento”, diz um estudo.
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Citei estas conclusões sobre pessoas apaixonadas para Julia (ou Clarice?).

Coisas de universidade ianque de meia tigela que não tem o que fazer.

Amor é uma droga? A merda com esta conclusão. Amor é prazer.

Desastre emocional? Conclusão de quem nunca se apaixonou.

Retruquei.

Clarice, o prazer da droga. E paixão desequilibra, não?

Já sei aonde você quer chegar senhor psicólogo. Esquizofrenia. Apaixonados vivem noutro mundo. Vivem num mundo paralelo. Esquizofrênicos. Drogados... Só faltava isto.

Esta conversa foi num bar e terminou quando chegou um homem bonito de meia idade. Segundo Julia um amigo. Cumprimentaram-se com um beijo. Penso que este beijo foi em Clarice.

Pelo que vi e ouvi Clarice estava numa fase de  viciada em amor e sexo. Para ela não existe sexo sem amor. Sexo é uma manifestação muito íntima é só se realiza bem com amor e paixão.

Quatro anos nos separaram sem contato algum. Revi Julia mais alegre, mais bonita e com ares de mudanças em sua vida.

Não deu cara! Mudei. Não suportei os limites dos jardins da razão. Atropelei estes limites. Viver outras mulheres não combina com a razão. É delírio e razão.

E aí o que aconteceu?

Estou mais no chão. Sinto mais a pele. Menos culpa. Mais liberdade. Mais emoção.

Inventou mais mulheres?

Hoje sou três. Apaixonadas por três homens que me servem como uma luva.

Poli amor?

Sei lá que nome tem.

Vivo o amor e sexo.

Deliciosamente iluminada.

Como uma estrela.

 


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